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18/11/2002
-
04h01
da Folha de S.Paulo, no Rio
Dois prédios tombados pelo patrimônio histórico no Rio _a antiga sede da Casa da Moeda e o palácio de residência da família imperial_, próximos no estilo e na importância para a história do país, têm projetos de recuperação em situações bem diversas.
O prédio da Casa da Moeda, no centro do Rio, foi restaurado nos últimos dois anos, com investimento de R$ 28,5 milhões, e será reinaugurado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso na próxima quarta-feira.
O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista _antigo Paço de São Cristóvão_, na zona norte, não tem previsão de término das obras de recuperação do edifício, iniciadas há sete anos e orçadas em R$ 19,5 milhões. Até agora, recebeu cerca de R$ 4 milhões.
Os dois conjuntos neoclássicos são do século 19. A Casa da Moeda servirá como nova sede do Arquivo Nacional. Maior instituição do gênero na América Latina, o arquivo abriga documentos da história brasileira, como os originais das Constituições e a Lei Áurea.
Desde 1985, após a transferência da Casa da Moeda do Brasil para instalações maiores, na zona oeste, o arquivo passou a ocupar o prédio anexo à construção.
O anexo, construído nos anos 70 para a fabricação de papel-moeda, oferecia pela primeira vez ao arquivo, desde sua criação, em 1838, condições para a conservação e catalogação de documentos.
A idéia de transferir o acervo para o prédio histórico vem desde aquela época, mas a reforma só tomou impulso em 2000. Segundo conta o diretor da instituição, o historiador Jaime Antunes, foi após uma conversa com o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, no final daquele ano, que surgiram as parcerias com sete empresas estatais, que financiaram a quase totalidade das obras.
"Preocupe-se apenas com o projeto e deixe que o dinheiro eu arrumo", teria dito o ministro, segundo Antunes. O Arquivo Nacional é um órgão federal ligado diretamente à Casa Civil.
Contribuíram para o projeto a Petrobras, com cerca de R$ 14 milhões; o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com R$ 5,2 milhões; a Eletrobrás e os Correios, com R$ 2 milhões cada; Furnas e a Caixa Econômica Federal, com R$ 1,5 milhão cada; e o Banco do Brasil, com outros R$ 2 milhões. As obras também contaram com apoios financeiros do Banco Itaú, da CEG (Companhia Estadual de Gás) e da Casa da Moeda.
A nova sede terá climatização e adaptação da luz nas salas de depósito, para oferecer condições ideais de armazenamento e conservação aos documentos.
As boas condições de trabalho talvez ajudem Antunes a esquecer a situação vivida até 85, quando a sede do arquivo ocupava um prédio da mesma praça da República. Na época, muitos documentos se perdiam por problemas de organização e infiltrações.
Museu Nacional
As dificuldades para o Museu Nacional, vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), têm sido maiores. Em 95, mesmo ano em que problemas no teto fizeram uma múmia egípcia ser danificada, o museu fez um acordo com a Petrobras e os ministérios da Cultura e da Educação para restaurar o prédio em que morou a família imperial.
A UFRJ forneceria R$ 1,5 milhão, os ministérios investiriam cada um R$ 4,5 milhões, a Petrobras outros R$ 4,5 milhões e uma quarta cota de mesmo valor seria buscada na iniciativa privada.
Até agora, segundo Sérgio Alex de Azevedo, diretor do museu, apenas a UFRJ e a Petrobras (com o investimento até o momento de 50% do que foi projetado) contribuíram para a restauração.
O acervo do museu tem coleções que pertenceram a d. Pedro 2º, incluindo peças egípcias, romanas, gregas e de culturas indígenas brasileiras. A restauração do teto, diz Azevedo, só deve ficar pronta no ano que vem.
Antiga Casa da Moeda, no Rio, vai abrigar sede do Arquivo Nacional
RAFAEL CARIELLOda Folha de S.Paulo, no Rio
Dois prédios tombados pelo patrimônio histórico no Rio _a antiga sede da Casa da Moeda e o palácio de residência da família imperial_, próximos no estilo e na importância para a história do país, têm projetos de recuperação em situações bem diversas.
O prédio da Casa da Moeda, no centro do Rio, foi restaurado nos últimos dois anos, com investimento de R$ 28,5 milhões, e será reinaugurado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso na próxima quarta-feira.
O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista _antigo Paço de São Cristóvão_, na zona norte, não tem previsão de término das obras de recuperação do edifício, iniciadas há sete anos e orçadas em R$ 19,5 milhões. Até agora, recebeu cerca de R$ 4 milhões.
Os dois conjuntos neoclássicos são do século 19. A Casa da Moeda servirá como nova sede do Arquivo Nacional. Maior instituição do gênero na América Latina, o arquivo abriga documentos da história brasileira, como os originais das Constituições e a Lei Áurea.
Desde 1985, após a transferência da Casa da Moeda do Brasil para instalações maiores, na zona oeste, o arquivo passou a ocupar o prédio anexo à construção.
O anexo, construído nos anos 70 para a fabricação de papel-moeda, oferecia pela primeira vez ao arquivo, desde sua criação, em 1838, condições para a conservação e catalogação de documentos.
A idéia de transferir o acervo para o prédio histórico vem desde aquela época, mas a reforma só tomou impulso em 2000. Segundo conta o diretor da instituição, o historiador Jaime Antunes, foi após uma conversa com o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, no final daquele ano, que surgiram as parcerias com sete empresas estatais, que financiaram a quase totalidade das obras.
"Preocupe-se apenas com o projeto e deixe que o dinheiro eu arrumo", teria dito o ministro, segundo Antunes. O Arquivo Nacional é um órgão federal ligado diretamente à Casa Civil.
Contribuíram para o projeto a Petrobras, com cerca de R$ 14 milhões; o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com R$ 5,2 milhões; a Eletrobrás e os Correios, com R$ 2 milhões cada; Furnas e a Caixa Econômica Federal, com R$ 1,5 milhão cada; e o Banco do Brasil, com outros R$ 2 milhões. As obras também contaram com apoios financeiros do Banco Itaú, da CEG (Companhia Estadual de Gás) e da Casa da Moeda.
A nova sede terá climatização e adaptação da luz nas salas de depósito, para oferecer condições ideais de armazenamento e conservação aos documentos.
As boas condições de trabalho talvez ajudem Antunes a esquecer a situação vivida até 85, quando a sede do arquivo ocupava um prédio da mesma praça da República. Na época, muitos documentos se perdiam por problemas de organização e infiltrações.
Museu Nacional
As dificuldades para o Museu Nacional, vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), têm sido maiores. Em 95, mesmo ano em que problemas no teto fizeram uma múmia egípcia ser danificada, o museu fez um acordo com a Petrobras e os ministérios da Cultura e da Educação para restaurar o prédio em que morou a família imperial.
A UFRJ forneceria R$ 1,5 milhão, os ministérios investiriam cada um R$ 4,5 milhões, a Petrobras outros R$ 4,5 milhões e uma quarta cota de mesmo valor seria buscada na iniciativa privada.
Até agora, segundo Sérgio Alex de Azevedo, diretor do museu, apenas a UFRJ e a Petrobras (com o investimento até o momento de 50% do que foi projetado) contribuíram para a restauração.
O acervo do museu tem coleções que pertenceram a d. Pedro 2º, incluindo peças egípcias, romanas, gregas e de culturas indígenas brasileiras. A restauração do teto, diz Azevedo, só deve ficar pronta no ano que vem.
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