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22/11/2002
-
18h30
da Agência Folha, em Salvador
Depois de quatro horas de depoimentos, duas testemunhas contaram ao juiz Cássio Miranda, 41, que os sete estudantes de Brasília (entre os quais dois menores), detidos em Porto Seguro (BA), participaram da briga que provocou a morte do garçom Nelson Simões dos Santos, 39, em um restaurante do município, no último dia 17 de outubro.
Ao juiz, Clemente de Souza, 36, e Bonifácio Pereira Aguiar, 27, praticamente repetiram os mesmos depoimentos dados à delegada Antonia Valadares, dois dias depois do crime.
As testemunhas contaram que o garçom foi "covardemente espancado" e que os estudantes não deram chances de defesa à vítima.
Santos foi morto com socos, pontapés e cadeiradas. De acordo com a PM, os sete estudantes ocupavam duas mesas do restaurante onde o garçom trabalhava. Como os turistas brasilienses não estavam consumindo no estabelecimento, o garçom teria pedido para que eles desocupassem as meses.
"A partir deste momento os estudantes praticamente massacraram o garçom", disse Aguiar.
O depoimento das duas testemunhas contrasta com a versão dada à Justiça por outra outra pessoa que teria presenciado o crime _a cabeleireira Reinalva Cruz Oliveira. Ontem, Reinalva disse ao juiz Cássio Miranda "que não viu a briga entre o garçom e os estudantes".
No entanto, três dias após o crime, a cabeleireira disse à delegada Antonia Valadares que os estudantes estavam envolvidos na briga.
A viúva do garçom, Eronildes dos Santos, 39, disse ontem que alguns parentes dos acusados teriam dado presentes às testemunhas para que negassem os depoimentos dados à delegada Valadares.
"Sinceramente, não entendo como uma pessoa pode dizer uma coisa na delegacia e outra perante o juiz. De qualquer forma, vamos investigar para saber se estas pessoas foram coagidas ou não", disse Antonia Valadares. Reinalva não foi encontrada ontem para falar sobre o assunto.
O juiz Cássio Miranda marcou para o próximo dia 16 de dezembro a tomada de novos depoimentos. No total, são 12 testemunhas de acusação e nove de defesa.
Acusados pelo crime, os estudantes Mauro Coelho de Souza, Fernando Ferreira Von Sperling, Victor Tadeu Antunes araújo, Artur Alencar Ferreira de Melo e Thiago Barroso Marnet (todos com 19 anos) continuam presos na Deltur (Delegacia de Proteção ao Turista).
Indiciados por homicídio qualificado, os estudantes podem pegar entre 12 e 30 anos de prisão, caso sejam condenados.
Os menores A.P.M., 17, e F.M.R., 17, também acusados, estão em uma sala especial da delegacia do município. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o juiz Miranda tem um prazo máximo de duas semanas para proferir a sentença dos menores, cuja pena máxima é de três anos de internato.
Testemunhas acusam jovens de envolvimento em morte de garçom na BA
LUIZ FRANCISCOda Agência Folha, em Salvador
Depois de quatro horas de depoimentos, duas testemunhas contaram ao juiz Cássio Miranda, 41, que os sete estudantes de Brasília (entre os quais dois menores), detidos em Porto Seguro (BA), participaram da briga que provocou a morte do garçom Nelson Simões dos Santos, 39, em um restaurante do município, no último dia 17 de outubro.
Ao juiz, Clemente de Souza, 36, e Bonifácio Pereira Aguiar, 27, praticamente repetiram os mesmos depoimentos dados à delegada Antonia Valadares, dois dias depois do crime.
As testemunhas contaram que o garçom foi "covardemente espancado" e que os estudantes não deram chances de defesa à vítima.
Santos foi morto com socos, pontapés e cadeiradas. De acordo com a PM, os sete estudantes ocupavam duas mesas do restaurante onde o garçom trabalhava. Como os turistas brasilienses não estavam consumindo no estabelecimento, o garçom teria pedido para que eles desocupassem as meses.
"A partir deste momento os estudantes praticamente massacraram o garçom", disse Aguiar.
O depoimento das duas testemunhas contrasta com a versão dada à Justiça por outra outra pessoa que teria presenciado o crime _a cabeleireira Reinalva Cruz Oliveira. Ontem, Reinalva disse ao juiz Cássio Miranda "que não viu a briga entre o garçom e os estudantes".
No entanto, três dias após o crime, a cabeleireira disse à delegada Antonia Valadares que os estudantes estavam envolvidos na briga.
A viúva do garçom, Eronildes dos Santos, 39, disse ontem que alguns parentes dos acusados teriam dado presentes às testemunhas para que negassem os depoimentos dados à delegada Valadares.
"Sinceramente, não entendo como uma pessoa pode dizer uma coisa na delegacia e outra perante o juiz. De qualquer forma, vamos investigar para saber se estas pessoas foram coagidas ou não", disse Antonia Valadares. Reinalva não foi encontrada ontem para falar sobre o assunto.
O juiz Cássio Miranda marcou para o próximo dia 16 de dezembro a tomada de novos depoimentos. No total, são 12 testemunhas de acusação e nove de defesa.
Acusados pelo crime, os estudantes Mauro Coelho de Souza, Fernando Ferreira Von Sperling, Victor Tadeu Antunes araújo, Artur Alencar Ferreira de Melo e Thiago Barroso Marnet (todos com 19 anos) continuam presos na Deltur (Delegacia de Proteção ao Turista).
Indiciados por homicídio qualificado, os estudantes podem pegar entre 12 e 30 anos de prisão, caso sejam condenados.
Os menores A.P.M., 17, e F.M.R., 17, também acusados, estão em uma sala especial da delegacia do município. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o juiz Miranda tem um prazo máximo de duas semanas para proferir a sentença dos menores, cuja pena máxima é de três anos de internato.
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