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13/01/2003
-
04h03
Informado do fato de moradores da Cidade de Deus afirmarem que seu filme gerou preconceito e discriminação, o diretor Fernando Meirelles alegou que, por outro lado, havia recebido muitas cartas de moradores com manifestações favoráveis ao filme. "Muitos me disseram que o filme foi sensacional porque, agora, as pessoas conhecem a realidade."
Meirelles diz não acreditar que, após o lançamento do filme, uma pessoa que preencha as qualificações para determinado emprego seja recusada apenas por morar na Cidade de Deus. "Isso não é razoável."
Já a alegação de moradores de que a polícia passou a realizar operações na favela com mais frequência, Meirelles encara como um ponto positivo. "Se a polícia entrar na favela para extorquir, aí é ruim. Mas, se está apenas sendo mais severa, pode ser bom."
O diretor não acha que o filme estigmatizou a comunidade. "No ano passado, foram publicados nos jornais mais de 60 assassinatos na Cidade de Deus. E o que prejudica eles é um filme de ficção assistido por 3 milhões de pessoas? E os assassinatos noticiados na TV para 40 milhões? Perto da realidade, o filme desaparece."
"Filmamos na Cidade Alta, e geramos muitos empregos, fizemos um campo de futebol e demos computadores para a comunidade de lá. Infelizmente, a Cidade de Deus não pode ser beneficiada porque não nos autorizaram a filmar lá", diz, ao comentar outra reclamação.
Quanto à fidelidade da história, Meirelles lembra que o filme é uma ficção, e não um documentário. Ele afirma que optou por manter os nomes reais de alguns personagens, como o de Zé Pequeno, por causa de sua trajetória. "Essa lógica é toda fiel à maneira como ele tomou conta da Cidade de Deus. Como fiz o que estava no livro, mantive [o nome"."
Já Paulo Lins, autor do livro que deu origem ao filme, afirma que é "besteira" a afirmação de moradores de que a polícia passou a ser mais ostensiva. "A polícia sempre invadiu a Cidade de Deus." Questionado sobre dona Ba, que diz ter sido caluniada ao ser retratada no livro como uma prostituta, Lins diz não se lembrar dela. "São 500 personagens. Não me lembro de todos", afirma.
Leia mais notícias sobre "Cidade de Deus"
'Perto da realidade, filme desaparece', afirma Meirelles
da Folha de S.PauloInformado do fato de moradores da Cidade de Deus afirmarem que seu filme gerou preconceito e discriminação, o diretor Fernando Meirelles alegou que, por outro lado, havia recebido muitas cartas de moradores com manifestações favoráveis ao filme. "Muitos me disseram que o filme foi sensacional porque, agora, as pessoas conhecem a realidade."
Meirelles diz não acreditar que, após o lançamento do filme, uma pessoa que preencha as qualificações para determinado emprego seja recusada apenas por morar na Cidade de Deus. "Isso não é razoável."
Já a alegação de moradores de que a polícia passou a realizar operações na favela com mais frequência, Meirelles encara como um ponto positivo. "Se a polícia entrar na favela para extorquir, aí é ruim. Mas, se está apenas sendo mais severa, pode ser bom."
O diretor não acha que o filme estigmatizou a comunidade. "No ano passado, foram publicados nos jornais mais de 60 assassinatos na Cidade de Deus. E o que prejudica eles é um filme de ficção assistido por 3 milhões de pessoas? E os assassinatos noticiados na TV para 40 milhões? Perto da realidade, o filme desaparece."
"Filmamos na Cidade Alta, e geramos muitos empregos, fizemos um campo de futebol e demos computadores para a comunidade de lá. Infelizmente, a Cidade de Deus não pode ser beneficiada porque não nos autorizaram a filmar lá", diz, ao comentar outra reclamação.
Quanto à fidelidade da história, Meirelles lembra que o filme é uma ficção, e não um documentário. Ele afirma que optou por manter os nomes reais de alguns personagens, como o de Zé Pequeno, por causa de sua trajetória. "Essa lógica é toda fiel à maneira como ele tomou conta da Cidade de Deus. Como fiz o que estava no livro, mantive [o nome"."
Já Paulo Lins, autor do livro que deu origem ao filme, afirma que é "besteira" a afirmação de moradores de que a polícia passou a ser mais ostensiva. "A polícia sempre invadiu a Cidade de Deus." Questionado sobre dona Ba, que diz ter sido caluniada ao ser retratada no livro como uma prostituta, Lins diz não se lembrar dela. "São 500 personagens. Não me lembro de todos", afirma.
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