Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/12/2009 - 11h24

Morador espera 4 horas por atendimento médico em bairro alagado de SP

Publicidade

MÁRCIO PINHO
da Folha de S.Paulo

A região do Pantanal, na zona leste de São Paulo, sofre com doenças causadas pela inundação que persiste há oito dias, desde a tempestade do dia 8. Vômitos, diarreia, febre, dores no corpo e sintomas "estranhos" estão entre os problemas relatados pelos moradores.

Câmara de São Paulo corta verba para ações antienchente
Kassab visita região alagada e estuda drenar água

Eles se queixam da espera de até quatro horas para serem atendidos na AMA (Atendimento Médico Ambulatorial) do Jardim Romano, área mais afetada pela cheia do rio Tietê.

A grande preocupação dos moradores é contrair doenças mais graves, como a hepatite A e a leptospirose (transmitida pela urina de ratos). A presença de esgoto na água aumenta esse risco.

A Secretaria Municipal da Saúde e o Hospital Santa Marcelina --o principal da região-- disseram ontem que essas doenças não foram detectadas até o momento nos pacientes que procuraram os serviços.

Os moradores, contudo, dizem ter dúvidas sobre o que realmente têm. A auxiliar de limpeza Priscila Cristina Gomes conta que seu filho Alisson, 9, ficou com a boca inchada e apresentou febre. "Ele brincou na água suja e no outro dia ficou doente", diz ela, que esperou uma hora pelo atendimento na AMA Jardim Romano.

Já a dona de casa Maria Claudete de Matos afirma que ficou três horas na AMA com a sobrinha Ingrid, 8, que teve vômito e febre. Segundo ela, as esperas são comuns na unidade.

Na sexta-feira, a situação era pior, de acordo com a dona de casa Josefa Brito. Ela ficou quatro horas na AMA até ser medicada. "Ficam dois médicos atendendo e não dão conta."

Limpeza

Para evitar a proliferação de doenças, os moradores se apressam em limpar suas casas conforme a água vai retrocedendo. Ontem, era comum ver vários deles lavando o chão da calçada, as paredes das residências e tirando de casa os móveis destruídos pela enchente.

"Tive que comprar um galão de cinco litros de cloro, álcool, sabão em pó, desinfetante", contou a moradora Vânia Souza, 42. Ela comemorava o fato de, após uma semana, poder sentir de novo o cheiro de limpeza, em vez do odor do esgoto.

Já Maria Auxiliadora Souza, 51, jogava fora sofá e outros itens que havia perdido. Ela conseguiu salvar apenas um botijão de gás e um televisor da água que permaneceu até a noite de anteontem em sua casa.

Outro lado

A Prefeitura de SP afirma que o atendimento na região "está sendo garantido". Segundo Nilza Piassi Bertelli, coordenadora de saúde da zona leste, o público que visita as sete unidades de saúde da região do Pantanal não aumentou após a enchente.

Ela afirma que o morador que relata espera pode estar se referindo a todo um processo, que começa em uma avaliação, passa por consulta, realização de exame, retorno e medicação, o que não é feito de imediato.

Ainda segundo a coordenadora, as AMAs trabalham com equipes completas -três clínicos e dois pediatras.
As unidades ofereciam ontem aos moradores da região folders com informações sobre a leptospirose.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página