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06/08/2000 - 09h51

Acidente coloca CPTM em xeque

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da Folha de S.Paulo

O acidente envolvendo dois trens da CPTM no último dia 28 na estação Perus (zona noroeste de SP) colocou em xeque todo o sistema de segurança operacional da companhia.O governador Mário Covas chegou a ameaçar demitir o presidente, Oliver Hossepian Salles de Lima, depois que ele afirmou que 20% da frota estava com a manutenção atrasada.

A maior tragédia ferroviária dos últimos 13 anos em São Paulo foi causada por uma sucessão de falhas ainda mal explicadas: quedas da rede elétrica, pane nos freios, ausência de calço de segurança, opções questionáveis do CCO (Centro de Controle Operacional) e interferências na comunicação.

Por volta das 21h do dia 28, o trem 127, que estava parado havia duas horas na estação Jaraguá (zona noroeste), em razão de falta de energia, perdeu os freios. Por causa do declive, começou a descer em direção a Perus.

O maquinista Oswaldo Pierucci e o aprendiz Selmo Quintal tentaram, sem sucesso, improvisar algo que parasse o veículo, que não possuía um calço para emergências, mesmo existindo uma regra da CPTM que obriga os trens a possuírem esse dispositivo.

O 127 começou, então, a descer em direção a Perus, onde o trem 145 estava parado para desembarque e embarque de passageiros.
O CCO, avisado de que o 127 estava desgovernado, mandou três vezes que o 145 seguisse viagem, o que não aconteceu, supostamente porque, no caminho, o 127 derrubou a energia da estação Perus.

O CCO tentou então desviar o trem 127 por meio de chaves dos trilhos, mesmo sabendo que elas estavam no mesmo sentido em que o trem andava e, portanto, não surtiriam efeito. Enquanto isso, os passageiros e o maquinista do 145 esperavam sem saber da tragédia iminente.

Só quando viu que nada havia adiantado, o CCO mandou o maquinista José Fernando de Souza Pereira esvaziar o 145. Segundo depoimento de três funcionários da CPTM, isso ocorreu cerca de dois minutos antes do choque.
Os passageiros ouviram, então, a mensagem padrão da companhia para quando há problemas técnicos com o trem, que não pode seguir viagem.

Reagiram da forma usual: saíram dos vagões e ficaram na plataforma, esperando por uma próxima composição. Acabaram atingidos pelo choque ou pelos escombros.

Uma comissão de sindicância da CPTM, uma investigação policial e um inquérito civil público buscam as explicações para o acidente. O secretário de Estado dos Transportes Urbanos, Claudio de Senna Frederico, prometeu para depois de amanhã uma primeira idéia da causa do acidente.

A CPTM assumiu a responsabilidade pela colisão, mas nenhuma ação indenizatória foi colocada em prática e não se sabe o que poderá acontecer aos culpados pelo acidente quando terminarem as investigações.

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