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29/01/2003
-
03h17
da Folha Ribeirão
A polícia de Taiúva acredita que Edmar Aparecido Freitas, 18, tinha definido os alvos que pretendia matar anteontem. Freitas invadiu a escola Coronel Benedito Ortiz -onde estudou- e feriu seis alunos (dois em estado grave), uma professora e o zelador. Depois disso, se matou.
A conclusão sobre os alvos está baseada em depoimentos de cinco colegas de Freitas. Alunos da escola e familiares do rapaz também disseram à polícia que várias pessoas teriam humilhado o estudante durante anos com apelidos pejorativos.
A informação contradiz as primeiras apurações da polícia -baseadas nas declarações de funcionários, logo após o crime- de que Freitas teria dado 14 tiros aleatoriamente.
Segundo sobreviventes, o estudante escolheu em quem iria atirar. "Ele [o ex-aluno" olhou para mim e disse: "Você não". E saiu", afirmou à Folha o estudante Maicon Roberto de Souza Paulino, 15.
A polícia suspeita que Freitas atirou deliberadamente em pelo menos duas pessoas: a professora Maria de Lourdes Jacon Fernandes (ferida de raspão na perna) e o aluno Aldemar Rodrigues Filho, 17, o Dunga. "Não acredito. Acho que, se ele quisesse ter me matado, ele teria. Fiquei na frente dele", disse a professora.
Segundo declarações de estudantes, dadas à polícia e à Folha, o ex-aluno foi humilhado por colegas durante anos por ter sido obeso. As chacotas continuaram mesmo após ele ter conseguido emagrecer quase 30 quilos.
Uma ex-colega disse à Folha que Freitas chegou a sair chorando da sala de aula por ser chamado de "gordo" e "vinagrão". Cinco alunos que conviveram com Freitas disseram, em depoimento, que ele era simpatizante do nazismo. "Ele disse que iria matar a classe toda, mas nunca ninguém acreditou", afirmou Aline Cristina Timossi, 23.
Compra da arma
Segundo a polícia, o plano de Freitas começou a ser concretizado em dezembro, quando ele comprou o revólver 38 utilizado no crime por R$ 250, em uma loja na cidade de Jaboticabal. O dono do estabelecimento pode ser indiciado por venda ilegal de armas, segundo a polícia.
O lavrador Nelson de Freitas, pai do estudante, afirmou não conseguir entender a atitude do filho, mas desconfia que o crime esteja relacionado às chacotas que sofria dos colegas. "Um dia, me falou que meninos mexeram com ele e, quando se virou, a professora chamou sua atenção."
O lavrador disse não saber como o filho comprou o revólver, mas afirmou que conversaram sobre armas em dezembro.
Segundo a polícia, atirador de Taiúva escolheu alvos
ROGÉRIO PAGNANda Folha Ribeirão
A polícia de Taiúva acredita que Edmar Aparecido Freitas, 18, tinha definido os alvos que pretendia matar anteontem. Freitas invadiu a escola Coronel Benedito Ortiz -onde estudou- e feriu seis alunos (dois em estado grave), uma professora e o zelador. Depois disso, se matou.
A conclusão sobre os alvos está baseada em depoimentos de cinco colegas de Freitas. Alunos da escola e familiares do rapaz também disseram à polícia que várias pessoas teriam humilhado o estudante durante anos com apelidos pejorativos.
A informação contradiz as primeiras apurações da polícia -baseadas nas declarações de funcionários, logo após o crime- de que Freitas teria dado 14 tiros aleatoriamente.
Segundo sobreviventes, o estudante escolheu em quem iria atirar. "Ele [o ex-aluno" olhou para mim e disse: "Você não". E saiu", afirmou à Folha o estudante Maicon Roberto de Souza Paulino, 15.
A polícia suspeita que Freitas atirou deliberadamente em pelo menos duas pessoas: a professora Maria de Lourdes Jacon Fernandes (ferida de raspão na perna) e o aluno Aldemar Rodrigues Filho, 17, o Dunga. "Não acredito. Acho que, se ele quisesse ter me matado, ele teria. Fiquei na frente dele", disse a professora.
Segundo declarações de estudantes, dadas à polícia e à Folha, o ex-aluno foi humilhado por colegas durante anos por ter sido obeso. As chacotas continuaram mesmo após ele ter conseguido emagrecer quase 30 quilos.
Uma ex-colega disse à Folha que Freitas chegou a sair chorando da sala de aula por ser chamado de "gordo" e "vinagrão". Cinco alunos que conviveram com Freitas disseram, em depoimento, que ele era simpatizante do nazismo. "Ele disse que iria matar a classe toda, mas nunca ninguém acreditou", afirmou Aline Cristina Timossi, 23.
Compra da arma
Segundo a polícia, o plano de Freitas começou a ser concretizado em dezembro, quando ele comprou o revólver 38 utilizado no crime por R$ 250, em uma loja na cidade de Jaboticabal. O dono do estabelecimento pode ser indiciado por venda ilegal de armas, segundo a polícia.
O lavrador Nelson de Freitas, pai do estudante, afirmou não conseguir entender a atitude do filho, mas desconfia que o crime esteja relacionado às chacotas que sofria dos colegas. "Um dia, me falou que meninos mexeram com ele e, quando se virou, a professora chamou sua atenção."
O lavrador disse não saber como o filho comprou o revólver, mas afirmou que conversaram sobre armas em dezembro.
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