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01/03/2003 - 15h05

Vias para o litoral norte de São Paulo têm 50 pontos de risco

KEILA RIBEIRO
da Folha de S.Paulo, no Vale do Paraíba

Os trechos urbanos das rodovias estaduais que dão acesso ao litoral norte de São Paulo são os que exigem maior atenção dos motoristas por concentrarem os principais pontos de congestionamentos, acidentes, assaltos e multas.

Juntas, as rodovias dos Tamoios (que liga São José dos Campos a Caraguatatuba), Oswaldo Cruz (que une Taubaté a Ubatuba) e Rio-Santos (que cruza os quatro municípios da região) têm cerca de 50 pontos de risco para o motorista, que incluem, além de extensões com características urbanas, trechos de serra com altos índices de acidentes.

Os pontos mais problemáticos _onde se misturam o fluxo de turistas e o trânsito local_ estão localizados nas saídas de São José dos Campos (Tamoios) e Taubaté (Oswaldo Cruz) e as chegadas às cidades de Caraguá (quando a Tamoios encontra a Rio-Santos) e Ubatuba (no entroncamento da Oswaldo Cruz com a Rio-Santos).

Ontem, uma criança de cinco anos de idade foi morta ao ser atingida por um veículo no trevo da Rio-Santos com a Tamoios, na zona urbana de Caraguatatuba.

Das sete mortes ocorridas em acidentes na Tamoios neste ano, cinco foram em um trecho urbano, no acesso aos bairros São Judas Tadeu e Putim, dois dos mais populosos de São José.

As mortes provocaram protestos de moradores, que exigem a construção de um viaduto para facilitar o acesso aos bairros.

Após as mortes, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) instalou dois radares, que não estarão funcionando no Carnaval _a Polícia Rodoviária Estadual, no entanto, disponibilizou radares móveis para o local.

Multas

O trecho, contudo, onde o motorista corre risco maior de ser multado é no perímetro urbano da Rio-Santos em São Sebastião, onde a prefeitura instalou 16 radares em oito quilômetros.

Em apenas 33 dias, cerca de 2.000 multas foram aplicadas no trecho, segundo a prefeitura, pouco menos que as 2.585 multas registradas pela Polícia Rodoviária Estadual em 2002 em todas as rodovias estaduais da região.

Com exceção dos radares fixos em São Sebastião, no restante das três rodovias que dão acesso ao litoral norte, haverá apenas dois radares móveis operados pela Polícia Rodoviária Estadual.

Os principais pontos de congestionamento também estão concentrados nos trechos em que as rodovias cortam as cidades.

Um dos mais problemáticos é o km 10 da rodovia dos Tamoios, onde há o entroncamento com a Carvalho Pinto, ainda em área povoada de São José dos Campos. No feriado de 15 de novembro passado, o trecho teve congestionamento de até 30 quilômetros.

Também há congestionamentos constantes no entroncamento da Tamoios com a Rio-Santos na chegada a Caraguatatuba.

Para reduzir o problema no local, a Polícia Rodoviária Estadual e o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) criaram rotas alternativas no km 81, no bairro Rio do Ouro, para quem vai a Ubatuba, e no km 83, próximo ao terminal rodoviário de Caraguatatuba, para quem vai a São Sebastião.

Outros locais com constantes congestionamentos em feriados são o trecho da Rio-Santos próximo à praia Grande, movimentada praia urbana de Ubatuba, e nos acessos às praias da costa sul de São Sebastião.

Além de acidentes, congestionamentos e multas, o motorista ainda está exposto a assaltos em trechos urbanos de rodovias, quando o trânsito pára.

Em novembro do ano passado, oito adolescentes fizeram um arrastão durante um congestionamento na Tamoios, em um trecho próximo ao bairro Rio do Ouro, e roubaram três carros.

O caso foi registrado na delegacia de Caraguatatuba e foi considerado "exceção" pela polícia.

Imprudência

O pesquisador da Unesp (Universidade Paulista) de Guaratinguetá José Bento Ferreira disse que os riscos nas estradas não envolvem problemas de engenharia.

"Se o condutor respeitar a sinalização, o limite de velocidade, os pontos de ultrapassagem e a distância do outro carro não existem riscos nas estradas", disse.

Segundo ele, as rodovias têm registros de má conservação em alguns trechos, acostamento inadequado e muitas interferências nos trechos urbanos, mas que podem ser superadas pela prudência do motorista.

O comandante da Polícia Rodoviária Estadual, Newton Hugolino Michelazzo, afirmou que a corporação mantém durante as operações um efetivo maior por quilômetro do que o recomendado para inibir os abusos dos motoristas e garantir a segurança.

"Os número mostram que os acidentes ocorrem principalmente por culpa do próprio motorista. A estrada não oferece risco, mas o comportamento do motorista, sim", disse.

Especial
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