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08/03/2003 - 10h12

Justiça condena acusados por CPI do tráfico em Campinas (SP)

RICARDO BRANDT
editor da Folha de S.Paulo, em Campinas
CLAUDIO LIZA JUNIOR,
da Folha de S.Paulo, em Campinas

Pelo menos 12 acusados pela CPI do Narcotráfico por envolvimento em um esquema de roubo de cargas no país foram condenados ontem pela Justiça de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo). Entre eles estão William Walder Sozza, o advogado Arthur Eugênio Mathias e os policiais civis Fernando Penteado e José Francisco Chevel Labaki.

A maioria das condenações, em primeira instância, é por formação de organização criminosa, segundo a denúncia do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) de Campinas. O grupo atuava na região e em outros Estados do país.

Sozza, apontado pela CPI como líder da quadrilha, foi condenado a nove anos de prisão por formação de organização criminosa, falsificação de documentos e receptação. O empresário está preso em São Luís (MA), desde dezembro de 2000, acusado por participação no assassinato do delegado Stênio Gonçalves, que investigava o roubo de cargas.

"Estamos analisando a sentença e vamos apresentar nos próximos dias uma apelação à Justiça", disse o advogado de Sozza, Herberto Aparecido Guimarães.

Mathias, ex-advogado de Sozza, foi preso ontem pela manhã em seu escritório pela Corregedoria da Polícia de Campinas. Ele foi condenado a sete anos de prisão. O advogado será encaminhado para uma cela especial do Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar, em São Paulo.

Mathias já havia sido preso três vezes _em novembro e dezembro de 99 e abril de 2001_ por ligação com o crime organizado.

Mathias foi condenado pelo juiz Nelson Fonseca, da 3ª Vara Criminal, por formação de organização criminosa e falsificação de documentos. "Essa prisão é um absurdo. Não há elementos nesse processo que comprovem qualquer envolvimento de Mathias com atos ilícitos. Vamos apresentar um recurso de apelação", disse o advogado de Mathias, Caio Carneiro de Campos.

Penteado também foi preso ontem. A Folha não conseguiu acesso à pena e à acusação que pesam sobre ele. O policial foi levado para o Presídio Especial da Polícia Civil, em São Paulo.

Segundo as apurações da CPI, Penteado dava cobertura à quadrilha mantida por Sozza. A Folha não teve acesso ao advogado do acusado.

O policial Labaki, que está desaparecido desde o final 99, é acusado por formação de organização criminosa. "Ainda não tivemos acesso à sentença, mas essa decisão confirma que conseguimos desmantelar um importante grupo do crime organizado", disse o promotor Fernando Vianna.

"Essa condenação já deveria ter saído", disse o deputado federal Robson Tuma (PFL-SP), ex-membro da CPI. A Folha não teve acesso aos nomes dos demais condenados pois o processo corre sob segredo de Justiça.

Outro lado

Os advogados dos dois principais acusados, William Sozza e Arthur Eugênio, negam o envolvimento de seus clientes em qualquer ato criminoso.

Segundo Caio Carneiro de Campos, advogado de Mathias, o processo não traz nenhum elemento que comprove a ligação de seu cliente com a suposta quadrilha de roubo de cargas denunciada pelo Ministério Público.

Segundo ele, será apresentado um recurso de apelação alegando que a condenação não procede.

"Iremos apresentar também um pedido de habeas corpus para que ele tenha garantido o direito constitucional de apelar em liberdade", afirmou.

O advogado do Sozza, Herberto Aparecido Guimarães, também afirmou que não há provas que liguem a suposta quadrilha ao seu cliente.

"Estou analisando a sentença do processo para apresentar um recurso e levar o caso para segunda instância", disse.

Guimarães afirmou não saber se a condenação em Campinas fará com que Sozza seja transferido do Maranhão para São Paulo.

A Folha não obteve acesso a quem é o advogado do policial Fernando Penteado.
 

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