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09/08/2000 - 18h27

Maquinista diz que quantidade de freios não era suficiente para conter trem

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FABIANE LEITE
da Folha Online

O maquinista Osvaldo Pierucci, responsável pelo trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que colidiu no dia 28 de julho matando nove pessoas e ferindo outras 104, disse acreditar que não havia quantidade suficiente de freios para conter a composição.

"Não sei dizer o porque das falhas do freio. A quantidade de freios, na minha opinião, não é suficiente", disse o maquinista nesta tarde, quando concedeu sua primeira entrevista após o acidente. "Freios têm de ser suficientes para segurar o trem em qualquer local", afirmou.

O trem, de prefixo 127, parou por problemas na rede elétrica em um trecho de declive. Pierucci reafirmou que acionou os dois freios da composição, pneumático e de estacionamento, e desceu do trem junto com o ajudante Selmo Quintal para colocar calços no trem.

Pierucci avisou o CCO (Centro de Controle Operacional) da CPTM sobre a paralisação do trem. Ele reafirmou que recebeu resposta de que seria enviada uma locomotiva, movido a diesel, para "segurar" o trem. A locomotiva foi utilizada antes para remover passageiros e rebocar um carro de manutenção da rede elétrica.

O maquinista e o ajudante esperaram 1h40 pelo socorro e o trem voltou a se mover. Pierucci desceu para procurar um novo calço. Mas a composição perdeu o controle e colidiu com outra, de prefixo 145, que estava parada na estação de Perus, região noroeste de São Paulo.

Pierucci reafirmou que é um procedimento de rotina ser enviada uma locomotiva para socorrer o trem quando há paralisação. "Na minha opinião a locomotiva deveria ser engata o mais rapidamente." Ele disse que locomotiva passou duas vezes pela composição 127.

Segundo Pierucci, na sua opinião, a ordem para que a locomotiva engatasse no trem deveria ter partido do CCO. Ele reafirma que não pediu a locomotiva, mas que foi informado pelo CCO de que esta seria enviada.

O maquinista disse que está absolutamente tranqüilo de que fez tudo para evitar o acidente.

Depois que o trem saiu desgovernado, ele afirma ter entrado em contato novamente com o CCO. "O trem correu", avisou. Em seguida, ligou para a família para avisar sobre o acidente.

Pierucci afirmou que torceu para que não houvesse nada na frente do trem. E que ficou extremamente preocupado com o colega Selmo Quintal, que havia subido novamente na composição. Quintal acabou morrendo no acidente. "Ele voltou no ímpeto de tentar parar o trem", disse Pierucci sobre o colega.

O maquinista atualmente está afastado de suas funções até que sejam concluídas as investigações sobre o acidente.

A assessoria de imprensa da CPTM prometeu retornar o contato da reportagem.

Clique aqui para ler mais notícias sobre o acidente em Perus na Folha Online.

Leia o artigo de Eleonora de Lucenasobre o assunto na Pensata

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