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09/03/2003 - 09h11

Beira-Mar criou caos no Rio por temer ser assassinado

MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Uma das razões que podem ter levado o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, a organizar as ações violentas que tumultuaram o Rio na última semana de fevereiro é que ele teria informação de que alguém estaria planejando seu assassinato dentro do presídio dito de segurança máxima Bangu 1 (zona oeste). A morte seria por envenenamento de comida.

Segundo a Polícia Civil, o plano para envenenar Beira-Mar seria de parentes de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, que foi morto e teve o corpo queimado na rebelião comandada por Beira-Mar em Bangu 1 no dia 11 de setembro do ano passado.

Antes de morrer, Uê era o principal rival de Beira-Mar no comércio de drogas no Rio. Apesar de sua morte, seus familiares continuam controlando o tráfico em várias favelas da cidade, sob o comando geral de Linho (Terceiro Comando).

Ao saber do plano, Beira-Mar, com ajuda de outros líderes do CV (Comando Vermelho) presos em Bangu 1, teria ordenado os ataques, que motivaram sua transferência para o presídio em Presidente Bernardes (SP).

Segundo a polícia, seu objetivo seria ser transferido, para escapar do suposto plano.

A PF (Polícia Federal) e o Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) também tomaram conhecimento do suposto plano da família de Uê.

De acordo com a coordenadora de Inteligência da Polícia Civil, Marina Maggessi, Beira-Mar também teria sido jurado de morte por integrantes da facção criminosa TC (Terceiro Comando) que estão presos em Bangu 1, entre eles Marcelo Soares de Medeiros, o Marcelo PQD.

Para o titular da Draco, delegado Milton Olivier, a onda de violência não foi apenas um ato isolado de Beira-Mar mas sim uma "demonstração de desespero" de todo o CV.

Segundo ele, 98% dos chefes da facção estão presos e os que estão soltos são, em sua maioria, novos e sem visão empresarial do comércio de drogas.

"O CV só tem garotada na rua que atua apenas na base do cheira e quebra [consome drogas e pratica atos violentos]", disse.

A onda de violência na última semana de fevereiro aterrorizou 23 bairros da capital fluminense e sete municípios do Estado. Como consequência dos ataques, três pessoas foram mortas, 49 veículos incendiados e seis bombas caseiras lançadas em bairros da zonas norte e sul do Rio.


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