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09/08/2000 - 19h51

Cinco PMs são indiciados como assassinos do sequestrador do ônibus no Rio

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SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo>, no Rio

Presidente do inquérito que apurou o episódio do ônibus da linha 174, no Rio, a delegada Martha Rocha concluiu que o sequestrador Sandro Nascimento foi assassinado a sangue-frio por cinco policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), tropa de elite da PM (Polícia Militar).

No relatório final das investigações, ela aponta os supostos assassinos do sequestrador: o capitão Ricardo Soares e os soldados Márcio Araújo David, Flávio do Val Dias, Luiz Antônio de Lima Silva e Paulo Roberto Monteiro.

Os cincos PMs do Bope, presos desde o dia 17 de julho, foram indiciados sob a acusação de homicídio qualificado (intencional). Eles poderão ser condenados a penas que variam de 12 anos a 30 anos de prisão.

O tenente-coronel José Penteado, ex-comandante do Bope, e o soldado Marcelo Oliveira dos Santos foram indiciados pela delegada _ titular da 15ª Delegacia de Polícia_ como autores de homicídio culposo (sem intenção) contra a refém Geísa Gonçalves, 21, atingida por Santos.

Penteado e Santos, também lotado no Bope, podem ser condenados a penas de um a três anos.

Comandante do Bope à época do episódio, Penteado também foi indiciado por prevaricação (pena de três meses a um ano de detenção). A delegada concluiu que o oficial omitiu informações sobre a morte de Nascimento a fim de proteger os subordinados.

No dia 12 de junho, encurralado pela PM dentro de um ônibus, Sandro Nascimento fez diversos passageiros reféns.

Depois de quase cinco horas, o sequestrador, armado, desceu do ônibus abraçado à refém Geísa. Segundos depois, Santos atirou contra Nascimento, mas o tiro acertou o queixo da refém.

A moça ainda levou mais três tiros, disparados pelo sequestrador. Ela morreu pouco depois.

Nascimento foi levado em um carro da PM ao hospital, onde chegou morto.

O exame realizado no IML (Instituto Médico Legal) atestou que a morte ocorreu por estrangulamento. Não havia marcas de tiro no corpo.

O carro que conduziu o sequestrador era ocupado pelo capitão e pelos quatro soldados do Bope que ontem foram indiciados.

Nos depoimentos prestados à Polícia Civil, os cinco sustentaram que Nascimento foi morto por acaso. Eles teriam usado muita força para impedir que o sequestrador escapasse.

O inquérito seguiu para análise do Ministério Público.

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