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14/03/2003 - 05h36

Igreja incomoda a vida dos vizinhos no Tatuapé (SP)

da Folha de S.Paulo

O incômodo provocado por um templo da igreja evangélica Assembléia de Deus no Tatuapé, zona leste de São Paulo, foi parar na Justiça. Pela nova lei, a igreja não poderia estar naquele local porque a rua não é estrutural.

Desde 1996, os moradores tentam negociar com a liderança do templo. Hoje, a Promotoria do Meio Ambiente, que acolheu denúncia, move ação contra a igreja na 33ª Vara Cível de São Paulo.

Os problemas começam na própria construção do templo, com janelas viradas para as casas. Para completar, os cultos usam microfones, bateria e outros instrumentos, como trombones.

Quem mais sofre é o casal Miriam Gonçalves, 54, e Gilberto Teixeira de Souza, 58. Isso porque as janelas da igreja são paralelas às do sobrado onde moram. A distância é de cerca de três metros.

O Psiu (Programa de Silêncio Urbano) foi várias vezes acionado. A medição feita dentro da casa dos Souza, em dia no qual o culto não era musical, apontou 88 decibéis. O máximo permitido é 55.

Porém a lei do vereador evangélico Carlos Apolinário (PGT), sancionada pela prefeita Marta Suplicy (PT) em 2001, diminuiu a multa do Psiu de cerca R$ 16 mil para R$ 500 só para igrejas.

Hoje, ela toma calmantes e ele passou a sofrer de pressão alta. "Os políticos e pastores não têm uma igreja do lado da casa deles. Eles dormem sossegados", diz.

Outro lado

Segundo o diácono Carlos Edmundo Alves, a igreja tem procurado fazer menos barulho. Mas a própria disposição das janelas da igreja faz com que a iniciativa não surta muito efeito. "Nós propusemos erguer um muro de uns seis metros, mas eles não quiseram."

Para ele, o conflito envolve também preconceito. "A gente percebe que os vizinhos, na verdade, não gostariam de ter uma igreja evangélica na rua", considera. De acordo com Alves, a Assembléia de Deus decidiu esperar o veredicto da Justiça para avaliar o que será feito, se irá mudar de endereço ou não.
 

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