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17/03/2003 - 19h37

Sismógrafos registram tremor de terra em Minas Gerais

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Sismógrafos do observatório da Universidade de Brasília registraram ontem tremores de terra em Minas Gerais. Os abalos foram sentidos em Areado e Alterosa, no sul do Estado.

Segundo Vasile Marza, professor de sismologia da universidade, o abalo de maior intensidade ocorreu às 18h29 e atingiu 3,4 graus na escala Richter. O segundo tremor foi registrado seis minutos depois e atingiu uma magnitude 2,8 graus.

A escala Richter, teoricamente, não tem um limite para medição. Pelos registros, o limite considerado possível é de 10 pontos.

Pela escala Mercale, que mede os efeitos do fenômeno, o abalo chegou a intensidade 4. A escala é limitada a 12 pontos. Danos são causados a partir da intensidade 7.

Os abalos em Minas foram sentidos pela população, mas não deixaram vítimas ou graves danos, de acordo com a Defesa Civil do Estado.

De acordo com Marza, moradores da região relataram ao observatório, por telefone, abalos antes e depois do foco principal.

Para o professor, é possível que os tremores tenham relação com o reservatório de Furnas. "As causas são diversas, mas é provável que tenha relação com o reservatório".

"Não é um fenômeno novo. É chamado de tremor induzido por reservatório. O observatório tem convênio com empresas hidrelétricas para avaliar casos como esse", afirmou.

O fato de o abalo ter ocorrido em uma área entre 20 quilômetros a partir da margem do reservatório e de o local ter atingido o nível máximo de água são apoios para a hipótese, afirma o professor.

A sequência sísmica ocorreu em uma área em que já foram observadas outros tremores, principalmente em 1991 e 1992.

Segundo Marza, desde os anos 60 são registrados abalos em regiões do país onde foram construídos reservatórios.

Em 1999 foi finalizado um estudo sobre esse tipo de tremor. Foram catalogados 21 registros. Furnas, na ocasião, entrou como um caso "duvidoso", ao lado de outros quatro abalos. Agora, o professor acredita que passará a caso "comprovado".

"Mas ainda é cedo para ter 100% de confiança [sobre o motivo do abalo]", admite Marza.

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília deve realizar, em parceria com o Departamento de Sismologia da Universidade de São Paulo, levantamento da área e instalar uma rede sismográfica temporária para estudos mais detalhados da sequência de abalos.

Registros

O maior abalo sísmico já registrado atingiu 9,5 graus na escala Richter, de acordo com o professor da Universidade de Brasília. Ocorreu em 1960, no Chile.

No Brasil, o maior abalo já registrado ocorreu em 1955, com 6,6 pontos na escala Richter, no norte do Mato Grosso.

Em Caruaru (PE), constantes tremores são registrados. Somente este ano, pelo menos três tremores puderam ser sentidos pela população do agreste pernambucano. O abalo mais forte ocorrido em Caruaru aconteceu em 1970, quando sismógrafos registraram um tremor de 3,9 pontos na escala Richter.

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