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22/05/2003
-
21h10
da Folha de S.Paulo, no Rio
O gerente da Tele-Segurança, empresa responsável pelo circuito interno de TV da Universidade Estácio de Sá, Carlos Duarte Ferreira, disse que recebeu da universidade a orientação para "piorar" as imagens gravadas pelas câmeras do campus do Rio Comprido (zona norte).
As imagens mostram o momento em que a estudante Luciana Gonçalves Novaes, 19, é baleada, no dia 5 deste mês.
Segundo o advogado Edson Soeiro, Ferreira contou que recebeu a orientação momentos após o crime. Ele deveria fazer uma cópia das imagens do circuito interno e entregá-la ao administrador do campus, Marcelo Mariano, de acordo com a versão do gerente.
O diretor da universidade, Marcelo Campos, disse hoje que a Estácio não se manifestará sobre as declarações de Soeiro. Há uma semana, a universidade divulgou nota informando que, até o final das investigações policiais, não dará declarações sobre o caso.
Ferreira disse em depoimento que foi questionado por uma pessoa da administração da universidade --o nome não foi divulgado-- sobre a possibilidade de a qualidade da imagem ser "piorada". Ele afirmou que recusou a oferta.
O gerente afirmou que, a partir da resposta negativa, a ordem dada foi a de fazer a cópia exclusivamente da câmera 27, posicionada de frente para a cantina onde a aluna foi baleada, o mais rápido possível, e depois entregá-la na guarita da Vig Ban (empresa que opera o sistema de segurança dentro do campus).
Ferreira contou que, ao fazer a cópia, estava acompanhado por um auxiliar da Tele-Segurança e um operador da Vig Ban.
Segundo o advogado, logo após fazer a cópia, o gerente reviu as imagens e não notou nada de diferente da gravação original. Quando reviu as gravações, dias depois na delegacia, Ferreira reconheceu a gravação, mas alertou para a fraude nas imagens, que classificou como "grosseira".
Para Ferreira, a adulteração, de tão mal feita, pode ter sido realizada na universidade, sem esquipamentos sofisticados.
O gerente relatou que, nas imagens originais, era possível ver dois homens armados, um dos quais próximo à cantina onde a estudante foi baleada. Uma das armas, segundo Ferreira, seria de cano curto.
Ele disse não saber se teria havido troca de tiros porque percebeu fumaça só em uma arma. O gerente também se disse incapaz de reconhecer as pessoas que aparecem no vídeo.
Perícia em SP
Hoje, o perito Ricardo Molina, da Unicamp, chegou ao Rio. Ele foi convidado pela Secretaria de Segurança para auxiliar a polícia a recuperar as imagens do circuito interno.
Molina se reuniu com os promotores que acompanham o caso, com o delegado Luiz Alberto de Andrade, da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), e com o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins.
À tarde, o perito foi ao campus ver o local onde a aluna foi baleada, verificar o funcionamento do circuito interno e estudar como as imagens foram gravadas.
O perito não falou como será feito o trabalho de recuperação das imagens. Disse que primeiro precisa saber o que os especialistas do Rio já fizeram, para depois decidir quais técnicas usará.
Segundo Molina, a parte mais complicada é descobrir se as imagens podem ser recuperadas. Se isso for possível, o trabalho de recuperação "é rápido, de 20 a 25 dias, no máximo". Todo o material será recolhido e levado para Campinas, onde a perícia vai ser feita.
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Perito diz que, teoricamente, imagens podem ser recuperadas
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Gerente de empresa diz que teve ordem de "piorar" fita da Estácio
SABRINA PETRYda Folha de S.Paulo, no Rio
O gerente da Tele-Segurança, empresa responsável pelo circuito interno de TV da Universidade Estácio de Sá, Carlos Duarte Ferreira, disse que recebeu da universidade a orientação para "piorar" as imagens gravadas pelas câmeras do campus do Rio Comprido (zona norte).
As imagens mostram o momento em que a estudante Luciana Gonçalves Novaes, 19, é baleada, no dia 5 deste mês.
Segundo o advogado Edson Soeiro, Ferreira contou que recebeu a orientação momentos após o crime. Ele deveria fazer uma cópia das imagens do circuito interno e entregá-la ao administrador do campus, Marcelo Mariano, de acordo com a versão do gerente.
O diretor da universidade, Marcelo Campos, disse hoje que a Estácio não se manifestará sobre as declarações de Soeiro. Há uma semana, a universidade divulgou nota informando que, até o final das investigações policiais, não dará declarações sobre o caso.
Ferreira disse em depoimento que foi questionado por uma pessoa da administração da universidade --o nome não foi divulgado-- sobre a possibilidade de a qualidade da imagem ser "piorada". Ele afirmou que recusou a oferta.
O gerente afirmou que, a partir da resposta negativa, a ordem dada foi a de fazer a cópia exclusivamente da câmera 27, posicionada de frente para a cantina onde a aluna foi baleada, o mais rápido possível, e depois entregá-la na guarita da Vig Ban (empresa que opera o sistema de segurança dentro do campus).
Ferreira contou que, ao fazer a cópia, estava acompanhado por um auxiliar da Tele-Segurança e um operador da Vig Ban.
Segundo o advogado, logo após fazer a cópia, o gerente reviu as imagens e não notou nada de diferente da gravação original. Quando reviu as gravações, dias depois na delegacia, Ferreira reconheceu a gravação, mas alertou para a fraude nas imagens, que classificou como "grosseira".
Para Ferreira, a adulteração, de tão mal feita, pode ter sido realizada na universidade, sem esquipamentos sofisticados.
O gerente relatou que, nas imagens originais, era possível ver dois homens armados, um dos quais próximo à cantina onde a estudante foi baleada. Uma das armas, segundo Ferreira, seria de cano curto.
Ele disse não saber se teria havido troca de tiros porque percebeu fumaça só em uma arma. O gerente também se disse incapaz de reconhecer as pessoas que aparecem no vídeo.
Perícia em SP
Hoje, o perito Ricardo Molina, da Unicamp, chegou ao Rio. Ele foi convidado pela Secretaria de Segurança para auxiliar a polícia a recuperar as imagens do circuito interno.
Molina se reuniu com os promotores que acompanham o caso, com o delegado Luiz Alberto de Andrade, da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), e com o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins.
À tarde, o perito foi ao campus ver o local onde a aluna foi baleada, verificar o funcionamento do circuito interno e estudar como as imagens foram gravadas.
O perito não falou como será feito o trabalho de recuperação das imagens. Disse que primeiro precisa saber o que os especialistas do Rio já fizeram, para depois decidir quais técnicas usará.
Segundo Molina, a parte mais complicada é descobrir se as imagens podem ser recuperadas. Se isso for possível, o trabalho de recuperação "é rápido, de 20 a 25 dias, no máximo". Todo o material será recolhido e levado para Campinas, onde a perícia vai ser feita.
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