Publicidade
Publicidade
17/06/2003
-
21h03
da Folha de S.Paulo, no Rio
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediu ajuda à Polícia Federal para tentar localizar os donos do laboratório Lens Surgical, fabricante do gel Methyl Lens Hypac 2%, suspeito de causar cegueira em 12 pessoas no Rio, entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano.
O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado interditou hoje a empresa que fazia a distribuição no Rio do gel Methyl Lens Hypac 2%. Segundo a secretaria, a distribuidora Mediphacos Ltda. Ophthalmic's Professionals funcionava clandestinamente, sem alvará ou licença.
A empresa estava instalada numa sala na avenida Presidente Vargas, no centro da cidade. A Folha não conseguiu localizar os responsáveis pela Mediphacos.
Laboratório
A Anvisa também informou que existem duas empresas registradas no endereço do laboratório, em Campinas, com diferentes CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), o que, segundo o órgão, "leva à evidência de que há associação de empresas, visando o cometimento de fraudes criminosas contra a saúde pública".
Em fevereiro, uma inspeção da Secretaria da Saúde de Campinas constatou que o laboratório não tinha farmacêutico responsável nem alvará de instalação e funcionamento.
Negligência
O delegado Renato Nunes, da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, disse hoje que a Anvisa e os hospitais onde os pacientes se submeteram a cirurgias de catarata e que usaram o medicamento poderão ser responsabilizados por negligência.
Nunes disse que, se ficar comprovado que a agência foi negligente na fiscalização e interdição do laboratório, seus diretores serão convocados a prestar depoimento.
O delegado está investigando o motivo de a Anvisa ter sido notificada em 10 de janeiro sobre a contaminação do medicamento --verificada por um laboratório particular a pedido da Clínica de Olhos de Niterói, depois de três casos de cegueira entre seus pacientes-- e, apesar disso, só ter interditado o Lens Surgical e seus produtos em 4 de fevereiro. No período, dois novos casos foram registrados na clínica.
Os diretores dos outros dois hospitais do Rio onde ocorreram casos de pacientes que ficaram cegos, Santa Casa de Misericórdia e Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), também serão convocados a prestar depoimento.
"Os hospitais têm que checar a procedência do medicamento. É obrigação deles verificar o registro dos produtos que compram no Ministério da Saúde e na Anvisa", disse Nunes. O número de registro do Methyl Lens Hypac no Ministério da Saúde corresponde a outro medicamento.
Anvisa
Em nota oficial, a Anvisa disse que a demora na interdição se deveu ao fato de se tratar de uma notificação isolada de uma única unidade de saúde e de um laudo laboratorial não-oficial, fazendo com que houvesse a necessidade "de solicitação de informações complementares para esclarecimento do caso".
A nota diz ainda que está sendo feito um rastreamento de empresas envolvidas na fabricação e distribuição do produto.
O hospital da UFRJ confirmou hoje que não usou em operações de catarata o medicamento Oftvisc, do laboratório Oftvision.
Leia mais
Saiba mais sobre as investigações envolvendo medicamentos
Anvisa pede ajuda da PF para localizar donos de laboratório
SABRINA PETRYda Folha de S.Paulo, no Rio
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediu ajuda à Polícia Federal para tentar localizar os donos do laboratório Lens Surgical, fabricante do gel Methyl Lens Hypac 2%, suspeito de causar cegueira em 12 pessoas no Rio, entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano.
O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado interditou hoje a empresa que fazia a distribuição no Rio do gel Methyl Lens Hypac 2%. Segundo a secretaria, a distribuidora Mediphacos Ltda. Ophthalmic's Professionals funcionava clandestinamente, sem alvará ou licença.
A empresa estava instalada numa sala na avenida Presidente Vargas, no centro da cidade. A Folha não conseguiu localizar os responsáveis pela Mediphacos.
Laboratório
A Anvisa também informou que existem duas empresas registradas no endereço do laboratório, em Campinas, com diferentes CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), o que, segundo o órgão, "leva à evidência de que há associação de empresas, visando o cometimento de fraudes criminosas contra a saúde pública".
Em fevereiro, uma inspeção da Secretaria da Saúde de Campinas constatou que o laboratório não tinha farmacêutico responsável nem alvará de instalação e funcionamento.
Negligência
O delegado Renato Nunes, da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, disse hoje que a Anvisa e os hospitais onde os pacientes se submeteram a cirurgias de catarata e que usaram o medicamento poderão ser responsabilizados por negligência.
Nunes disse que, se ficar comprovado que a agência foi negligente na fiscalização e interdição do laboratório, seus diretores serão convocados a prestar depoimento.
O delegado está investigando o motivo de a Anvisa ter sido notificada em 10 de janeiro sobre a contaminação do medicamento --verificada por um laboratório particular a pedido da Clínica de Olhos de Niterói, depois de três casos de cegueira entre seus pacientes-- e, apesar disso, só ter interditado o Lens Surgical e seus produtos em 4 de fevereiro. No período, dois novos casos foram registrados na clínica.
Os diretores dos outros dois hospitais do Rio onde ocorreram casos de pacientes que ficaram cegos, Santa Casa de Misericórdia e Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), também serão convocados a prestar depoimento.
"Os hospitais têm que checar a procedência do medicamento. É obrigação deles verificar o registro dos produtos que compram no Ministério da Saúde e na Anvisa", disse Nunes. O número de registro do Methyl Lens Hypac no Ministério da Saúde corresponde a outro medicamento.
Anvisa
Em nota oficial, a Anvisa disse que a demora na interdição se deveu ao fato de se tratar de uma notificação isolada de uma única unidade de saúde e de um laudo laboratorial não-oficial, fazendo com que houvesse a necessidade "de solicitação de informações complementares para esclarecimento do caso".
A nota diz ainda que está sendo feito um rastreamento de empresas envolvidas na fabricação e distribuição do produto.
O hospital da UFRJ confirmou hoje que não usou em operações de catarata o medicamento Oftvisc, do laboratório Oftvision.
Leia mais
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice