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22/06/2003 - 03h34

"Só saio daqui para a Itália", afirma travesti

da Folha de S.Paulo

Em que lugar um travesti pode tomar banho de sol na piscina do prédio sem ser importunado?, pergunta Celina Oliver, 24. "Só na Frei Caneca", ela responde. Em que lugar um travesti pode andar de mãos dadas com seu marido e ninguém fica olhando?, ela quer saber. "Só no shopping Frei Caneca."

É por isso que Oliver diz que só troca a rua Frei Caneca pela Itália, um paraíso para os travestis brasileiros não exatamente pela falta de preconceito, mas pela possibilidade de juntar dinheiro rápido. "Só saio daqui para ir para a Itália", avisa.

Os travestis bem-sucedidos na Itália, na Espanha ou na França são quase que uma lenda na rua. Um corretor disse à Folha ter vendido 20 apartamentos num prédio de 174 para travestis que fizeram dinheiro na Europa.

Elas formam uma espécie de casta superior. Moram nos prédios mais novos, andam com carros do ano e passam seis meses na Europa. Nesta época do ano, é inútil procurá-las na Frei Caneca. "Estão todas na Itália. Elas ganham muito mais no verão de lá", conta Fabíola Mebarak, 21.

A Frei Caneca, segundo Oliver, virou também o endereço dos gays e travestis que se deram bem no mercado de sexo. Ela, por exemplo, diz faturar de R$ 4.000 a R$ 5.000 mensais.

O tipo de discriminação na região é diferente, diz Oliver: "O problema é gay discriminando travesti e sapatão discriminando gay." Tem até cabeleireiro gay que não aceita travesti como cliente.

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