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26/06/2003 - 04h55

Vigilância demorou 2 meses para fiscalizar fábrica

FABIANE LEITE
da Folha de S.Paulo

A vigilância sanitária só vistoriou a suposta fábrica do laboratório farmacêutico clandestino Lens Surgical depois de passados mais de dois meses da data em que a Anvisa publicara ordem para a apreensão do produto Methyl Lens 2%.

Quando os técnicos da vigilância do município de Campinas (SP) entraram no barracão da empresa, em 25 de abril, não havia mais nada. O confisco de produtos suspeitos só ocorreu no dia 17 deste mês, após entrega de 104 unidades pelo laboratório.

O Methyl Lens 2%, utilizado como auxiliar em cirurgias de catarata --mantém o formato do olho para a colocação da lente--, é suspeito de causar cegueira em 12 pacientes no Rio de Janeiro.

Os primeiros relatos de endoftalmite (infecção interna do olho), de um hospital de Niterói (RJ), foram recebidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 9 de janeiro. A Anvisa, em um comunicado recente, informou que só determinou o recolhimento em fevereiro porque se tratava de caso isolado. Segundo mensagem do diretor-presidente da agência, Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques, foi necessário pedir mais informações.

De acordo com relatório da vigilância de Campinas, apesar de a ordem de apreensão ser de fevereiro --e de ter sido reforçada por publicação e informes estaduais--, o setor que faria a fiscalização só foi informado da ordem em 20 de março.

A vigilância esteve no estabelecimento nos dias 24 de março, 9 e 22 de abril -a suposta fábrica estava sempre fechada. Segundo a coordenadora da vigilância de Campinas, Salma Balista, só após a última visita é que o órgão tomou providências para obter ordem judicial e entrar na fábrica --havia sinais de movimentação no local. Antes da ordem judicial, um funcionário do Lens Surgical autorizou a blitz. "Poderia ser mais rápido? Olhando agora, sim. Mas naquela hora não tínhamos dimensão do caso", diz.

Água estéril

A vigilância de São Paulo determinou ontem que a multinacional Baxter apresente até amanhã amostras de água estéril vendida a um outro laboratório oftalmológico, o OftVision, cujo produto OftVisc teria causado problemas em mais de 200 pacientes. O órgão investiga se a água tem relação com casos de infecção. A Baxter informou que possui laudos que atestam a qualidade dos lotes.

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