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26/06/2003
-
12h12
da Folha de S.Paulo
"Uma superdosagem devido a um procedimento inadequado" foi o que causou a morte de dois bebês no Hospital Universitário de Taubaté (130 km a nordeste de São Paulo) no último sábado, segundo nota oficial divulgada no final da tarde de ontem pelo Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo Marisa Lima Carvalho, diretora técnica da Vigilância, a inspeção feita no hospital e a análise dos prontuários que descreviam a avaliação clínica dos bebês apontaram para erro de procedimento.
Isso ocorreu, disse ela, ao tentar retirar do remédio 5.000.000 UI a dose de 0,1 ml. "Esse medicamento [5.000.000 UI] é indicado geralmente para uso adulto, e a prescrição pedia o uso do medicamento 1.000.000 UI, que estava disponível no hospital."
A quantidade maior de potássio causa falta de ar e parada cardíaca irreversível, como houve com os bebês Raimundo Alverino Ferreira da Rocha, de 20 dias de vida, e Luiz Felipe Emídio, de 30 dias, ambos internados com início de pneumonia.
Com isso, foi descartada a suspeita de contaminação do medicamento Benzilpenicilina Potássica 5.000.000 UI, do laboratório Prodotti, interditado cautelarmente anteontem como principal suspeito da causa das mortes.
Ontem, o medicamento voltou a ser liberado para uso em todo o país. "Sinto-me satisfeito com a liberação, já que a interdição durou menos de 24 horas. Porém, certamente, toda essa repercussão não foi boa. Hoje [ontem], o Brasil todo me ligou querendo saber do suposto problema com a medicação", disse o presidente do laboratório, Paulo Macruz.
Segundo o delegado seccional de Taubaté, Roberto Martins de Barros, os profissionais que atenderam aos bebês serão ouvidos.
"Caso fique provado que a culpa tenha sido de um profissional, por prescrição ou procedimento, a pessoa será indiciada por homicídio culposo, com pena de um a três anos de reclusão."
Segundo ele, a pena pode ser maior em caso de "inobservância de regras técnicas relativas à profissão, ato ou ofício". "A pena pode ser aumentada em um terço", disse.
Dorivaldo Francisco da Silva, diretor-presidente da Fundação Universitária de Saúde de Taubaté, que gerencia o hospital, disse ontem que a nota da Vigilância não altera a sindicância em andamento. Ele afirmou que vai esperar o resultado da análise do laboratório Adolfo Lutz.
Para secretaria, superdose de medicamento matou bebês em Taubaté
ELIANE MENDONÇAda Folha de S.Paulo
"Uma superdosagem devido a um procedimento inadequado" foi o que causou a morte de dois bebês no Hospital Universitário de Taubaté (130 km a nordeste de São Paulo) no último sábado, segundo nota oficial divulgada no final da tarde de ontem pelo Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo Marisa Lima Carvalho, diretora técnica da Vigilância, a inspeção feita no hospital e a análise dos prontuários que descreviam a avaliação clínica dos bebês apontaram para erro de procedimento.
Isso ocorreu, disse ela, ao tentar retirar do remédio 5.000.000 UI a dose de 0,1 ml. "Esse medicamento [5.000.000 UI] é indicado geralmente para uso adulto, e a prescrição pedia o uso do medicamento 1.000.000 UI, que estava disponível no hospital."
A quantidade maior de potássio causa falta de ar e parada cardíaca irreversível, como houve com os bebês Raimundo Alverino Ferreira da Rocha, de 20 dias de vida, e Luiz Felipe Emídio, de 30 dias, ambos internados com início de pneumonia.
Com isso, foi descartada a suspeita de contaminação do medicamento Benzilpenicilina Potássica 5.000.000 UI, do laboratório Prodotti, interditado cautelarmente anteontem como principal suspeito da causa das mortes.
Ontem, o medicamento voltou a ser liberado para uso em todo o país. "Sinto-me satisfeito com a liberação, já que a interdição durou menos de 24 horas. Porém, certamente, toda essa repercussão não foi boa. Hoje [ontem], o Brasil todo me ligou querendo saber do suposto problema com a medicação", disse o presidente do laboratório, Paulo Macruz.
Segundo o delegado seccional de Taubaté, Roberto Martins de Barros, os profissionais que atenderam aos bebês serão ouvidos.
"Caso fique provado que a culpa tenha sido de um profissional, por prescrição ou procedimento, a pessoa será indiciada por homicídio culposo, com pena de um a três anos de reclusão."
Segundo ele, a pena pode ser maior em caso de "inobservância de regras técnicas relativas à profissão, ato ou ofício". "A pena pode ser aumentada em um terço", disse.
Dorivaldo Francisco da Silva, diretor-presidente da Fundação Universitária de Saúde de Taubaté, que gerencia o hospital, disse ontem que a nota da Vigilância não altera a sindicância em andamento. Ele afirmou que vai esperar o resultado da análise do laboratório Adolfo Lutz.
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