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28/06/2003 - 04h29

Espíritas têm renda e escolaridade maiores

da Folha de S.Paulo, no Rio

Entre os grandes grupos religiosos no Brasil, os evangélicos pentecostais são os que têm menor renda e escolaridade, enquanto os espíritas apresentam a maior renda e mais anos de estudo.

Em média, os 17,6 milhões de brasileiros que se declararam pentecostais têm 5,6 anos de estudo completos e apresentam uma renda mediana das pessoas ocupadas de R$ 260. Entre os 2,3 milhões de espíritas, a escolaridade média é de dez anos e a renda mediana, de R$ 700.

A renda mediana determina o valor que divide determinado grupo em dois, ou seja, uma renda mediana de R$ 700 significa que metade das pessoas desse grupo ganha abaixo desse valor, enquanto a outra metade tem rendimento acima dessa quantia.

Os católicos, 74% da população brasileira (125 milhões de pessoas), têm indicadores bem próximos aos da média do total da população: renda mediana de R$ 300 e média de 6,1 anos de estudo.

A análise de renda e escolaridade mostra uma diferença entre os evangélicos de origem mais tradicional (batistas, anglicanos, luteranos ou metodistas, entre outras) e os evangélicos pentecostais (Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus etc).

A renda mediana das pessoas de igrejas evangélicas históricas é de R$ 320 e a média de anos de estudo é de 7,3. Esse grupo representa 6,9 milhões de brasileiros.

Para a antropóloga Regina Novaes, do Iser (Instituto Superior de Estudos da Religião), os baixos índices dos pentecostais se relacionam com a distribuição deles nos estratos mais pobres.

"Não é que eles só existam nessas áreas, mas é lá que se encontram mais adeptos, nos lugares onde a fragilidade social é maior."

O IBGE também analisou grupos com menos de 1 milhão de praticantes. Entre os 525 mil brasileiros que declararam praticar a umbanda ou o candomblé, a renda mediana, de R$ 380, e a escolaridade, de 7,4 anos de estudo, foram inferiores apenas aos valores encontrados entre os espíritas.

Uma curiosidade no caso dessas religiões é que, apesar de as duas serem identificadas com a cultura afro-brasileira, a maioria dos que declararam professá-las é de brancos (50,4%), como o professor de Teatro da Universidade Federal da Bahia, Carlos Petrovich, 67, que frequenta os rituais do candomblé na Bahia há 25 anos.

Outra religião que se destaca das demais nas análises é o judaísmo. Representando apenas 0,05% da população, os 87 mil judeus brasileiros apresentaram a maior proporção de pessoas com nível superior completo: 49,7%. Em todo o país, a mesma taxa é de 4,9%.

Os judeus têm a maior proporção de pessoas com rendimento mensal superior a 20 salários mínimos: 35,4%. Na população brasileira, a taxa é de 2,7%. A maior porcentagem de brancos declarados também é dos judeus: 96,4%.
 

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