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28/06/2003 - 15h52

Paciente que usou novo gel proibido não corre risco de ficar cego

MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

Os dois pacientes do Paraná que apresentaram quadro de infecção ocular depois de submetidos a cirurgias de catarata e ao uso gel metilcelulose não correm o risco de ficar cegos, disse hoje o médico oftalmologista Fernando César Duda, 42.

Uma notificação do próprio Duda levou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a proibir anteontem o gel metilcelulose produzido pelo laboratório Ophthalmos, de São Paulo. A empresa tem registro na agência, ou seja, é regular.

Duda exerce a profissão em Irati --145 km ao sul de Curitiba. Os pacientes são do sexo masculino e ambos estão na faixa dos 60 anos de idade, informou o médico.

O gel metilcelulose é o terceiro medicamento que a Anvisa proíbe por suspeitas de contaminação, nas últimas semanas.

"Visão satisfatória"

"Eu diria que não há mais risco de os pacientes ficarem cegos e eles já estão tento uma visão satisfatória", disse Duda à Agência Folha hoje, numa entrevista por telefone. Ele considera que o órgão do Ministério da Saúde "se precipitou ao divulgar os casos", que podem ter sido desencadeados apenas por reação adversa, não propriamente contaminação.

"Uma análise do lote desse produto poderia preceder essa proibição", afirmou. A comunicação dos casos suspeitos foi feita anteontem, mesmo dia em que a Anvisa suspendeu o uso.

Moradores de cidades próximas, os dois homens foram operados na Santa Casa de Irati no dia 17 deste mês. Duda disse que realizou cinco cirurgias no dia, mas apenas os dois que apresentaram problemas receberam a medicação proibida anteontem pela Anvisa.

As reações adversas apresentadas foram de "quadro inflamatório severo", relatou o médico.

Outros pacientes receberam o medicamento no pós-operatório de cirurgias em datas anteriores e não apresentaram problemas, segundo o médico. Ele disse não ter certeza de que tenha administrado o gel do mesmo lote suspeito.

Reação

O médico disse que os pacientes reagiram bem aos antibióticos e a infecção regrediu a ponto de atualmente eles estarem recebendo apenas a medicação de rotina nos pós-operatórios de catarata.

Os dois tiveram cirurgias recomendadas por apresentarem quadros de catarata de moderada a avançada. O comprometimento visual estimado era de 70%. Hoje, segundo o médico, a capacidade de visão dos mesmos estaria em 50%.

 

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