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04/07/2003
-
20h30
da Folha de S.Paulo, no Rio
A polícia do Rio anunciou hoje que os responsáveis pelo Enila, produtor do Celobar, adulteraram documentos do laboratório para forjar a importação do sulfato de bário, princípio ativo do medicamento.
O Celobar é um contraste radiológico que causou a morte de uma pessoa no Rio e é suspeito de ter provocado outras 14 mortes em São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
Segundo o delegado Renato Nunes, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, foram manipulados demonstrativos de compra do sulfato de bário, que acabaram não se comprovando quando confrontados com os documentos fiscais da empresa.
A conclusão foi possível graças ao exame da contabilidade e do sistema de informática nos computadores e documentos do Enila, feito por peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), divulgado hoje.
Conclusão
Conforme dados do laudo, o laboratório importou 120 quilos de sulfato de bário a menos do que informara à polícia. "A quantidade importada por eles era insuficiente para a produção do remédio. Dessa forma, ficou evidenciado, mais uma vez, o uso do carbonato de bário na fabricação do contraste radiológico", disse Nunes.
O carbonato de bário, três vezes mais barato que o sulfato, é uma substância letal usada em veneno contra ratos.
Hoje, o delegado confirmou o indiciamento do diretor-presidente do Enila, Márcio D'Icarahy, do químico responsável do laboratório, Antônio Carlos Fonseca, da farmacêutica Márcia Fernandes e do químico Wagner Teixeira, sob a acusação de adulteração voluntária de medicamento com resultado de morte. O crime é considerado hediondo e prevê pena que vai de 20 a 30 anos de prisão.
O resultado do inquérito será enviado ao Ministério Público, que vai decidir sobre o oferecimento de denúncia à Justiça e também sobre o pedido de prisão preventiva dos acusados.
Outro laudo que ajudou no indiciamento dos quatro foi o do exame feito pelo IML (Instituto Médico Legal) no corpo do técnico dentário Ricardo Diomedes. O exame detectou uma grande quantidade de sal de bário, incompatível, segundo os peritos, com a versão sustentada pelos funcionários do Enila, de que a contaminação teria se dado de forma acidental. Diomedes foi uma das vítimas do Celobar.
Licença
O secretário estadual de Saúde, Gilson Cantarino, determinou hoje o cancelamento da licença de funcionamento do laboratório com base na conclusão da investigação da polícia. O Enila havia sido interditado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no início do mês passado, por tempo indeterminado.
Os responsáveis pela empresa haviam feito um pedido de concordata preventiva à Justiça, que, na última segunda-feira decretou sua falência, alegando que o laboratório não teria condições de honrar seus compromissos.
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Advogado diz que Enila não tem culpa pela contaminação do Celobar
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Enila é suspeito de forjar importação de matéria-prima do Celobar
SABRINA PETRYda Folha de S.Paulo, no Rio
A polícia do Rio anunciou hoje que os responsáveis pelo Enila, produtor do Celobar, adulteraram documentos do laboratório para forjar a importação do sulfato de bário, princípio ativo do medicamento.
O Celobar é um contraste radiológico que causou a morte de uma pessoa no Rio e é suspeito de ter provocado outras 14 mortes em São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
Segundo o delegado Renato Nunes, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, foram manipulados demonstrativos de compra do sulfato de bário, que acabaram não se comprovando quando confrontados com os documentos fiscais da empresa.
A conclusão foi possível graças ao exame da contabilidade e do sistema de informática nos computadores e documentos do Enila, feito por peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), divulgado hoje.
Conclusão
Conforme dados do laudo, o laboratório importou 120 quilos de sulfato de bário a menos do que informara à polícia. "A quantidade importada por eles era insuficiente para a produção do remédio. Dessa forma, ficou evidenciado, mais uma vez, o uso do carbonato de bário na fabricação do contraste radiológico", disse Nunes.
O carbonato de bário, três vezes mais barato que o sulfato, é uma substância letal usada em veneno contra ratos.
Hoje, o delegado confirmou o indiciamento do diretor-presidente do Enila, Márcio D'Icarahy, do químico responsável do laboratório, Antônio Carlos Fonseca, da farmacêutica Márcia Fernandes e do químico Wagner Teixeira, sob a acusação de adulteração voluntária de medicamento com resultado de morte. O crime é considerado hediondo e prevê pena que vai de 20 a 30 anos de prisão.
O resultado do inquérito será enviado ao Ministério Público, que vai decidir sobre o oferecimento de denúncia à Justiça e também sobre o pedido de prisão preventiva dos acusados.
Outro laudo que ajudou no indiciamento dos quatro foi o do exame feito pelo IML (Instituto Médico Legal) no corpo do técnico dentário Ricardo Diomedes. O exame detectou uma grande quantidade de sal de bário, incompatível, segundo os peritos, com a versão sustentada pelos funcionários do Enila, de que a contaminação teria se dado de forma acidental. Diomedes foi uma das vítimas do Celobar.
Licença
O secretário estadual de Saúde, Gilson Cantarino, determinou hoje o cancelamento da licença de funcionamento do laboratório com base na conclusão da investigação da polícia. O Enila havia sido interditado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no início do mês passado, por tempo indeterminado.
Os responsáveis pela empresa haviam feito um pedido de concordata preventiva à Justiça, que, na última segunda-feira decretou sua falência, alegando que o laboratório não teria condições de honrar seus compromissos.
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