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17/08/2000
-
19h04
da Folha de s. Paulo, em Brasília
Pivô da briga interna de presos no Centro de Custódia da Penitenciária da Papuda, Ananias Elisiário da Silva era acusado de liderar a maior quadrilha de roubo de cargas do país e de ter matado mais de quarenta caminhoneiros.
"Não tenho absolutamente a menor dúvida de que a morte dele foi queima de arquivo", disse o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), autor do requerimento de convocação de Ananias Silva para depor na CPI sobre roubo de cargas. O depoimento aconteceu na terça-feira passada, oito dias antes de Ananias ser morto a estocadas na Papuda.
Ananias havia ameaçado contar em detalhes como funcionava o esquema e teria citado em seu depoimento o nome de algumas empresas que participariam dele.
O deputado negou hipótese levantada de que Ananias teria sido motorista de Hildebrando Paschoal, deputado federal cassado em 99 acusado de envolvimento com o narcotráfico e com grupo de extermínio no Acre. Requerimento de convocação de Ananias para depor na CPI do Narcotráfico foi aprovado, mas ele não chegou a ser ouvido.
Mas há suspeitas não comprovadas de que Ananias teria ligações com o ex-deputado José Gerardo de Abreu, que também atuava no esquema de roubo de cargas. José Gerardo está preso no Maranhão desde novembro do ano passado.
De acordo com as apurações da CPI do Congresso, Ananias funcionava como agente de empresas transportadoras de cargas. Seu trabalho seria roubar cargas de caminhões e fazer desaparecer os motoristas. "Ele morreu por causa daquilo que sabia", afirmou o deputado.
Entre as empresas citadas por Ananias em seu depoimento estão as transportadoras Brasgrão, dos irmãos Celso e Paulo Frozza, e a Transcanavieira, de Juvino de Matos Sobrinho. Segundo Ananias, elas seriam empresas transportadoras "de fachada" e roubariam cargas de serviços agenciados por elas próprias.
Ananias, que também usava o nome Cláudio Mariano Dias Severo, estava preso na Papuda em razão de seu suposto envolvimento com o desaparecimento do caminhoneiro Dauro Luiz Ferreira em fevereiro de 96.
O esquema de roubo de cargas era "gigantesco" e Ananias "sabia demais", sustenta o deputado. "Tenho convicção de que essa rebelião foi organizada de fora para dentro, de que foi armada", disse.
Mattos afirmou ter advertido Ananias de que deveria contar à comissão o que sabia antes de "ser pego". Ananias teria respondido que sua vida "não valia nada mesmo".
Cerca de dez pessoas citadas por Ananias em seu depoimento também serão convocadas para depor, entre elas, os irmãos Paulo e Celso Frozza, Juvino de Matos Sobrinho, funcionários da Brasgrão, e Núbia dos Santos Severo, esposa de Ananias.
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Preso morto em Papuda é acusado de ter matado mais de 40 caminhoneiros
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Pivô da briga interna de presos no Centro de Custódia da Penitenciária da Papuda, Ananias Elisiário da Silva era acusado de liderar a maior quadrilha de roubo de cargas do país e de ter matado mais de quarenta caminhoneiros.
"Não tenho absolutamente a menor dúvida de que a morte dele foi queima de arquivo", disse o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), autor do requerimento de convocação de Ananias Silva para depor na CPI sobre roubo de cargas. O depoimento aconteceu na terça-feira passada, oito dias antes de Ananias ser morto a estocadas na Papuda.
Ananias havia ameaçado contar em detalhes como funcionava o esquema e teria citado em seu depoimento o nome de algumas empresas que participariam dele.
O deputado negou hipótese levantada de que Ananias teria sido motorista de Hildebrando Paschoal, deputado federal cassado em 99 acusado de envolvimento com o narcotráfico e com grupo de extermínio no Acre. Requerimento de convocação de Ananias para depor na CPI do Narcotráfico foi aprovado, mas ele não chegou a ser ouvido.
Mas há suspeitas não comprovadas de que Ananias teria ligações com o ex-deputado José Gerardo de Abreu, que também atuava no esquema de roubo de cargas. José Gerardo está preso no Maranhão desde novembro do ano passado.
De acordo com as apurações da CPI do Congresso, Ananias funcionava como agente de empresas transportadoras de cargas. Seu trabalho seria roubar cargas de caminhões e fazer desaparecer os motoristas. "Ele morreu por causa daquilo que sabia", afirmou o deputado.
Entre as empresas citadas por Ananias em seu depoimento estão as transportadoras Brasgrão, dos irmãos Celso e Paulo Frozza, e a Transcanavieira, de Juvino de Matos Sobrinho. Segundo Ananias, elas seriam empresas transportadoras "de fachada" e roubariam cargas de serviços agenciados por elas próprias.
Ananias, que também usava o nome Cláudio Mariano Dias Severo, estava preso na Papuda em razão de seu suposto envolvimento com o desaparecimento do caminhoneiro Dauro Luiz Ferreira em fevereiro de 96.
O esquema de roubo de cargas era "gigantesco" e Ananias "sabia demais", sustenta o deputado. "Tenho convicção de que essa rebelião foi organizada de fora para dentro, de que foi armada", disse.
Mattos afirmou ter advertido Ananias de que deveria contar à comissão o que sabia antes de "ser pego". Ananias teria respondido que sua vida "não valia nada mesmo".
Cerca de dez pessoas citadas por Ananias em seu depoimento também serão convocadas para depor, entre elas, os irmãos Paulo e Celso Frozza, Juvino de Matos Sobrinho, funcionários da Brasgrão, e Núbia dos Santos Severo, esposa de Ananias.
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