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22/07/2003
-
21h19
da Agência Folha, em Campo Grande
A Vigilância Sanitária Estadual encontrou a bactéria Pseudomonas sp nos lavatórios para mãos, situados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), na enfermagem e também na pia destinada ao preparo de medicamentos do sexto andar do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. A bactéria estava ainda na canaleta da porta da UTI para adultos.
Esse relatório a que a Agência Folha teve acesso hoje tem como data 29 de maio. O hospital é administrado pelo governo do Estado e atende pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A bactéria Pseudomonas aeruginosa (do mesmo gênero da encontrada na pia e nos lavatórios) é mais resistente a antibióticos e infectou em 20 dias oito pacientes na CTI (Centro de Terapia Intensiva) para adultos, segundo comunicado interno datado de 7 de maio ao qual a reportagem teve acesso também.
A maioria dos pacientes infectados, de acordo com documento, era proveniente da clínica médica localizada no sexto andar (o mesmo onde estava a pia e um dos lavatórios).
Ainda no mesmo comunicado interno, está relatado que faltava "sabão líquido para lavagens das mãos". No dia 8 de maio, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar relata a ausência de aventais descartáveis, anti-sépticos e luvas.
O ex-diretor-clínico do hospital Ronaldo de Souza Costa, 40, abriu sindicância para apurar a situação em 12 de maio, mas foi afastado do cargo.
A comissão de sindicância foi extinta 14 dias depois pelo secretário estadual da Saúde, João Paulo Barcellos Esteves.
Na semana passada, após sofrer um processo de sindicância, Costa acabou demitido do hospital. "Não posso dizer que a causa das mortes foi a bactéria, mas quase todos os pacientes infectados morreram", afirmou Costa.
A Agência Folha teve acesso a exames que mostram a presença da bactéria no sangue de pelo menos dois pacientes do hospital neste mês. Costa deve entrar na Justiça para tentar reaver o cargo.
Nova inspeção
O coordenador estadual da Vigilância Sanitária, Marcos César Toledo, disse que outra inspeção, realizada em junho, constatou que não havia mais a presença da bactéria na pia e nos lavatórios.
A reportagem pediu uma cópia do documento, mas Toledo orientou que fosse encaminhado um ofício ao secretário estadual da Saúde. Esteves está em tratamento médico e não tem ido à secretaria.
Toledo afirmou ainda que em 30 dias deve ser feita nova inspeção para verificar a qualidade da água.
Mesmo com a inspeção em maio constatando problemas com a bactéria, a Vigilância Sanitária expediu novo alvará para funcionamento do hospital.
Segundo Toledo, o procedimento foi correto, pois no período anterior de 120 dias o hospital não apresentou qualquer irregularidade com relação às condições sanitárias.
Especial
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Relatório aponta que hospital no MS foi infectado por bactérias
HUDSON CORRÊAda Agência Folha, em Campo Grande
A Vigilância Sanitária Estadual encontrou a bactéria Pseudomonas sp nos lavatórios para mãos, situados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), na enfermagem e também na pia destinada ao preparo de medicamentos do sexto andar do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. A bactéria estava ainda na canaleta da porta da UTI para adultos.
Esse relatório a que a Agência Folha teve acesso hoje tem como data 29 de maio. O hospital é administrado pelo governo do Estado e atende pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A bactéria Pseudomonas aeruginosa (do mesmo gênero da encontrada na pia e nos lavatórios) é mais resistente a antibióticos e infectou em 20 dias oito pacientes na CTI (Centro de Terapia Intensiva) para adultos, segundo comunicado interno datado de 7 de maio ao qual a reportagem teve acesso também.
A maioria dos pacientes infectados, de acordo com documento, era proveniente da clínica médica localizada no sexto andar (o mesmo onde estava a pia e um dos lavatórios).
Ainda no mesmo comunicado interno, está relatado que faltava "sabão líquido para lavagens das mãos". No dia 8 de maio, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar relata a ausência de aventais descartáveis, anti-sépticos e luvas.
O ex-diretor-clínico do hospital Ronaldo de Souza Costa, 40, abriu sindicância para apurar a situação em 12 de maio, mas foi afastado do cargo.
A comissão de sindicância foi extinta 14 dias depois pelo secretário estadual da Saúde, João Paulo Barcellos Esteves.
Na semana passada, após sofrer um processo de sindicância, Costa acabou demitido do hospital. "Não posso dizer que a causa das mortes foi a bactéria, mas quase todos os pacientes infectados morreram", afirmou Costa.
A Agência Folha teve acesso a exames que mostram a presença da bactéria no sangue de pelo menos dois pacientes do hospital neste mês. Costa deve entrar na Justiça para tentar reaver o cargo.
Nova inspeção
O coordenador estadual da Vigilância Sanitária, Marcos César Toledo, disse que outra inspeção, realizada em junho, constatou que não havia mais a presença da bactéria na pia e nos lavatórios.
A reportagem pediu uma cópia do documento, mas Toledo orientou que fosse encaminhado um ofício ao secretário estadual da Saúde. Esteves está em tratamento médico e não tem ido à secretaria.
Toledo afirmou ainda que em 30 dias deve ser feita nova inspeção para verificar a qualidade da água.
Mesmo com a inspeção em maio constatando problemas com a bactéria, a Vigilância Sanitária expediu novo alvará para funcionamento do hospital.
Segundo Toledo, o procedimento foi correto, pois no período anterior de 120 dias o hospital não apresentou qualquer irregularidade com relação às condições sanitárias.
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