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06/08/2003 - 10h51

Laudo confirma contaminação em colírio suspeito de causar cegueira

da Folha de S.Paulo, em Campinas

Um laudo elaborado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) comprovou a existência de duas bactérias no colírio Methyl Lens Hypac 2%, uma espécie de gel oftálmico pós-operatório, que era produzido pelo laboratório Lens Surgical, de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo).

Com isso, os proprietários do laboratório poderão ser enquadrados na lei 6.437, que prevê pena de até 22 anos de prisão.

Em consequência do uso do produto, 13 pessoas teriam ficado cegas no Rio de Janeiro. O INCQS é um departamento da Fundação Instituto Osvaldo Cruz (Fiocruz). O laudo foi feito a pedido da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

O diretor do INCQS, André Gemal, disse que no primeiro lote do Methyl Lens Hypac 2% analisado foram encontradas as bactérias Enterobacter e Klebisiela.

Nos exames feitos nas pessoas que tiveram comprometimentos na visão depois do uso do gel se constatou a existência da bactéria Enterobacter no globo ocular.

"Esse tipo de substância precisa ser estéril. Se contiver qualquer vestígio de existência de qualquer bactéria, pode até causar cegueira", disse Gemal.

De acordo com ele, a Fiocruz divulgará oficialmente amanhã os resultados de análises efetuadas em outro lote de Methyl, onde se verifica também a existência da Enterobacter.

O resultado dos exames será encaminhado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e à Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo.

A contaminação de produtos comercializados pelo laboratório Lens Surgical está sendo investigada pelo Ministério Público Federal e pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria da Câmara dos Deputados.

O Methyl Lens Hypac 2% é um gel oftálmico utilizado para proteger os olhos após a realização de cirurgias de catarata.

No final de julho, a Polícia Federal, a Procuradoria da República e a Vigilância Sanitária apreenderam 16 tipos de medicamentos em seis laboratórios de Campinas, entre os quais estava o Lens Surgical.

Os advogados dos proprietários do Lens Surgical, João Daniel Júnior, Renato José Marialva e João Pessoa de Medeiros, não foram encontrados ontem para comentar o resultado do laudo.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Campinas informou que o resultado do laudo não trará grandes modificações no rumo das investigações sobre o caso no âmbito municipal, já que todas as medidas para coibir a produção do gel oftálmico já haviam sido tomadas.
 

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