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14/09/2003 - 22h08

Polícia prende em RO acusado de assassinar dono de jornal em MT

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

O cabo da Polícia Militar Hércules de Araújo Agostinho, 34, foi preso hoje, por volta das 15h30, em Machadinho do Oeste (RO). Hércules é acusado de matar em setembro de 2002 na cidade de Cuiabá (MT) o empresário Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, 39, então dono do jornal "Folha do Estado".

A morte de Sávio Brandão foi encomendada, segundo denúncia do Ministério Público Estadual, pelo ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, conhecido como comendador e acusado de liderar uma das maiores organizações criminosas do país, especializada em lavagem de dinheiro.

O motivo do crime, segundo a polícia, foram as reportagens publicadas por Sávio Brandão contra o crime organizado em Mato Grosso.

Arcanjo está preso desde abril por uso de documento falso em Montevidéu, no Uruguai. No Brasil, ele é acusado, entre outros crimes, de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal.

A mãe de Hércules, Hilda de Araújo Agostinho, 61, disse hoje à Agência Folha que seu filho foi preso no fundo do quintal de uma vizinha. Hilda mora em Machadinho do Oeste.

Segundo ela, Hércules estava desarmado e apenas de bermuda e chinelo, quando foi preso. Hilda afirmou ainda que os policiais fizeram disparos para o alto e arrebentaram cadeados de casas do bairro, deixando os moradores assustados.

A Agência Folha não conseguiu localizar os responsáveis pela operação policial em Rondônia para confirmar a versão de Hilda.

O delegado Luciano Inácio da Silva, do Grupo de Combate ao Crime Organizado em Cuiabá, disse hoje que a prisão de Hércules é fundamental, pois pode reforçar que Arcanjo mandou matar Sávio Brandão.

Hilda afirma que Hércules nega ter cometido o crime e também afirma não ter conhecido pessoalmente Arcanjo.

Fuga

Hércules chegou a ser preso no dia 1º de outubro de 2002, um dia após Sávio Brandão ter sido morto com sete tiros de pistola 9 mm.

Em 1º de maio deste ano, ele fugiu do presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, após superar cinco portões sem ser abordado por carcereiros. Houve facilitação de fuga, segundo a polícia.

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou Hércules por outros cinco assassinatos e uma tentativa. Esses crimes também, segundo o MPF, foram ordenados por Arcanjo.

Segundo o advogado Benedito Jacob Santana Sabino, Hércules estava de plantão no quartel da PM quando ocorreram três dos cinco assassinatos.
 

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