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16/09/2003 - 05h01

Prefeitura de SP começa a substituir os trólebus

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SIMONE IWASSO
da Folha de S.Paulo

Saudado por uns e odiado por outros, o sistema de trólebus de São Paulo enfrenta o começo de seu fim. A proposta da Secretaria Municipal dos Transportes é transformar os veículos elétricos em ônibus híbridos --movidos a diesel e a energia elétrica.

Apesar de estar longe do consenso, a medida já começou a ser colocada em prática. O local escolhido para o teste é o corredor Santo Amaro-Nove de Julho, onde diariamente circulam 98 trólebus. Há duas semanas, rodam na avenida dois veículos híbridos --outros dez estão prontos para entrar em funcionamento.

Segundo técnicos da secretaria, não é possível dizer quando todos os ônibus elétricos estarão transformados --apenas uma empresa no país realiza o serviço.

A transformação de cada trólebus em híbrido custará cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos. Um ônibus diesel custa cerca de R$ 150 mil e um híbrido, que é uma tecnologia nova, R$ 400 mil.

O veículo funciona com motor a diesel e banco de baterias e permite a desativação da linha aérea.

Os defensores dos ônibus elétricos dizem que o trólebus é um meio de transporte limpo, não-poluente. Além disso, ressaltam que a cidade tem uma rede de 910 km de linhas aéreas prontas e que seus 450 veículos foram trocados ou reformados há cinco anos.

Outro argumento é o conforto e o silêncio dos veículos, que não trepidam nem emitem ruídos como os movidos a diesel.

Técnicos da Secretaria dos Transportes recorrem a outros pontos para justificar o término dos trólebus. São mais caros, apenas pela energia elétrica a prefeitura paga cerca de R$ 1,3 milhão por mês, circulam com uma rede aérea velha, que precisaria ser reformada, e atrapalham o trânsito com as quedas das linhas, que param cerca de 30 vezes ao dia.

"É inviável manter os trólebus em funcionamento. Seria preciso reformar toda a rede aérea, sem contar que eles são 2,5 vezes mais caros do que os ônibus a diesel", afirma o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto.

"A rede não precisa ser reformada. Precisa de manutenção preventiva, que não é bem feita devido a um contrato confuso assinado entre prefeitura e Eletropaulo", diz Ayrton Camargo e Silva, secretário da Associação Nacional dos Transportes Públicos.

Segundo Camargo e Silva, a disputa entre a prefeitura, que diz que a manutenção deve ser feita pela Eletropaulo, e a empresa, que cobra da prefeitura pela manutenção, prejudica o usuário.

Jorge Moraes, pesquisador da história dos trólebus, argumenta que o ganho ambiental compensaria a manutenção dos elétricos. A Secretaria dos Transportes afirma que os ônibus híbridos são menos poluentes do que os movidos somente a diesel, podendo chegar a uma redução de até 70% da emissão de poluentes.

Para obter mais dados sobre a tecnologia e o acréscimo de poluição, uma equipe da Cetesb (agência ambiental do Estado) vai iniciar até o fim do ano um estudo comparativo dos níveis de poluentes emitidos pelos veículos.
 

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