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09/10/2003
-
16h33
LÍVIA MARRA
da Folha Online
LUIZ FRANCISCO,
da Agência Folha, em Salvador
O mecânico Gerson Jesus Bispo, 26, foi assassinado hoje em Santo Antônio de Jesus (BA), dias depois de prestar depoimento à relatora especial sobre execuções sumárias da ONU (Organização das Nações Unidas), Asma Jahangir. É a segunda testemunha assassinada após falar com a relatora.
Bispo foi atingido por quatro tiros, por volta das 7h30, quando seguia para o trabalho. "Dois homens encapuzados, que estavam em uma moto, dispararam quatro tiros e fugiram", disse o delegado Nei Brito, 42. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Um dos tiros atingiu o peito do mecânico.
A vítima investigava as mortes do irmão Antonio Carlos de Jesus Bispo, 22, e de um amigo, Adaílton Santos, 25, ocorridas em agosto do ano passado, e havia denunciado a existência de um grupo de extermínio formado por policiais militares. O caso consta no "Relatório Execuções Sumárias no Brasil - 1997-2003", lançado no mês passado pelo Centro de Justiça Global e pelo Núcleo de Estudos Negros.
Na manhã do último dia 20, o mecânico teve um encontro de 20 minutos com a relatora Asma Jahangir.
Segundo Sandra Carvalho, do Centro de Justiça Global, Bispo vinha sofrendo pressões e até modificando seus depoimentos. "Ele estava extremamente intimidado", disse.
Investigação
Para Carvalho, uma investigação "extremamente rigorosa" deve ser realizada para apurar a morte.
"Há grande possibilidade de ele [Bispo] ter sido assassinado em virtude das investigações e do assassinato do irmão", disse.
Paraíba
Outra testemunha de grupo de extermínio foi assassinada dias depois de prestar depoimento à relatora.
Flávio Manoel da Silva foi baleado no dia 27 de setembro, em Pedras de Fogo (PB), por dois homens encapuzados.
Ele era um sobrevivente do grupo. De acordo com o Centro de Justiça Global, Silva havia sofrido um atentado, há cerca de dois anos. Seu pedido para ser incluído no Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas do governo federal foi negado.
A paquistanesa Asma Jahangir esteve no país entre os dias 16 de setembro e 8 de outubro para colher informações sobre assassinatos em seis Estados. Com os dados, será feito um relatório com recomendações ao governo.
Leia mais
Delegado é designado para investigar morte de testemunha na BA
Homem é assassinado na Bahia após falar com relatora da ONU
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da Folha Online
LUIZ FRANCISCO,
da Agência Folha, em Salvador
O mecânico Gerson Jesus Bispo, 26, foi assassinado hoje em Santo Antônio de Jesus (BA), dias depois de prestar depoimento à relatora especial sobre execuções sumárias da ONU (Organização das Nações Unidas), Asma Jahangir. É a segunda testemunha assassinada após falar com a relatora.
Bispo foi atingido por quatro tiros, por volta das 7h30, quando seguia para o trabalho. "Dois homens encapuzados, que estavam em uma moto, dispararam quatro tiros e fugiram", disse o delegado Nei Brito, 42. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Um dos tiros atingiu o peito do mecânico.
A vítima investigava as mortes do irmão Antonio Carlos de Jesus Bispo, 22, e de um amigo, Adaílton Santos, 25, ocorridas em agosto do ano passado, e havia denunciado a existência de um grupo de extermínio formado por policiais militares. O caso consta no "Relatório Execuções Sumárias no Brasil - 1997-2003", lançado no mês passado pelo Centro de Justiça Global e pelo Núcleo de Estudos Negros.
Na manhã do último dia 20, o mecânico teve um encontro de 20 minutos com a relatora Asma Jahangir.
Segundo Sandra Carvalho, do Centro de Justiça Global, Bispo vinha sofrendo pressões e até modificando seus depoimentos. "Ele estava extremamente intimidado", disse.
Investigação
Para Carvalho, uma investigação "extremamente rigorosa" deve ser realizada para apurar a morte.
"Há grande possibilidade de ele [Bispo] ter sido assassinado em virtude das investigações e do assassinato do irmão", disse.
Paraíba
Outra testemunha de grupo de extermínio foi assassinada dias depois de prestar depoimento à relatora.
Flávio Manoel da Silva foi baleado no dia 27 de setembro, em Pedras de Fogo (PB), por dois homens encapuzados.
Ele era um sobrevivente do grupo. De acordo com o Centro de Justiça Global, Silva havia sofrido um atentado, há cerca de dois anos. Seu pedido para ser incluído no Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas do governo federal foi negado.
A paquistanesa Asma Jahangir esteve no país entre os dias 16 de setembro e 8 de outubro para colher informações sobre assassinatos em seis Estados. Com os dados, será feito um relatório com recomendações ao governo.
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