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31/10/2003
-
17h10
LÍVIA MARRA
da Folha Online
Há exatamente um ano, dia 31 de outubro de 2002, o assassinato do casal Marísia e Manfred von Richthofen, inicialmente tratado como suspeita de latrocínio (roubo seguido de morte), se transformou em um crime familiar que surpreendeu o país.
A filha do casal, Suzane, então com 18 anos, o namorado dela, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian, foram presos dias depois sob acusação de planejarem e executarem o crime. Os três confessaram participação.
O crime ocorreu na casa das vítimas, na região do Brooklin, bairro nobre de São Paulo.
Detida na Penitenciária Feminina da Capital, Suzane não quer falar sobre o crime. Em declaração de próprio punho, datada do último dia 22, ela diz que não deseja "conceder nenhum tipo de entrevista no momento". As famílias também evitam a imprensa.
A acusada estudava direito na PUC-SP. A mãe era psiquiatra e o pai, diretor de engenharia da Dersa --empresa que administra estradas em São Paulo.
"O que me surpreende nesse caso é o fato de ninguém ter percebido [o planejamento do crime]. Porque a gente tem [envolvidas] duas famílias estruturadas: de um lado a família Richthofen, do outro lado a família Cravinhos. Se a família Richthofen estivesse percebendo alguma coisa, claro que tomaria uma providência. Se a família Cravinhos estivesse percebendo alguma coisa, tomaria uma providência. Não permitiria que os filhos fizessem uma sandice dessa. Agora, ninguém percebeu nada. A vida seguiu normal", disse o promotor Roberto Tardelli.
Mortos na cama
O crime ocorreu na madrugada de 31 de outubro do ano passado. Na noite anterior, o irmão de Suzane, Andreas, na ocasião com 15 anos, foi tirado da casa. Foi levado pela garota e pelo namorado dela para uma LAN House.
"Ele foi seduzido pela idéia de que no aniversário de namoro [da irmã] a comemoração dos dois seria em um motel, e a dele seria na LAN House, o que todo adolescente adora fazer", afirma o promotor.
Depois de deixá-lo na LAN House, o casal pegou Cristian e retornou para a casa dos Richthofen. Segundo depoimentos dos acusados, Suzane estacionou o carro na garagem, entrou em casa e acendeu a luz do corredor para que o namorado e Cristian pudessem ver as vítimas.
Manfred e Marísia foram atacados enquanto dormiam. Foram golpeados com bastões na cabeça e em partes do corpo ainda na cama. Suzane diz que não participou diretamente das mortes.
Para cometer o crime, o trio usou luvas e meias-calças, na intenção de não deixar pistas para a polícia. O material foi descartado em seguida.
Ainda para despistar a perícia, a biblioteca da casa foi revirada, simulando um assalto.
A principal motivação para o crime seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais "por amor" ao namorado.
A casa foi pichada após o crime com palavras como "vadia". Ramos de flores também foram deixados no local por desconhecidos.
Segundo a advogada Gislaine Jabur, que defende os irmãos Cravinhos, eles estão tranquilos, "dentro do possível". A reportagem ainda tenta localizar o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Suzane.
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da Folha Online
Há exatamente um ano, dia 31 de outubro de 2002, o assassinato do casal Marísia e Manfred von Richthofen, inicialmente tratado como suspeita de latrocínio (roubo seguido de morte), se transformou em um crime familiar que surpreendeu o país.
A filha do casal, Suzane, então com 18 anos, o namorado dela, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian, foram presos dias depois sob acusação de planejarem e executarem o crime. Os três confessaram participação.
O crime ocorreu na casa das vítimas, na região do Brooklin, bairro nobre de São Paulo.
Detida na Penitenciária Feminina da Capital, Suzane não quer falar sobre o crime. Em declaração de próprio punho, datada do último dia 22, ela diz que não deseja "conceder nenhum tipo de entrevista no momento". As famílias também evitam a imprensa.
A acusada estudava direito na PUC-SP. A mãe era psiquiatra e o pai, diretor de engenharia da Dersa --empresa que administra estradas em São Paulo.
"O que me surpreende nesse caso é o fato de ninguém ter percebido [o planejamento do crime]. Porque a gente tem [envolvidas] duas famílias estruturadas: de um lado a família Richthofen, do outro lado a família Cravinhos. Se a família Richthofen estivesse percebendo alguma coisa, claro que tomaria uma providência. Se a família Cravinhos estivesse percebendo alguma coisa, tomaria uma providência. Não permitiria que os filhos fizessem uma sandice dessa. Agora, ninguém percebeu nada. A vida seguiu normal", disse o promotor Roberto Tardelli.
Mortos na cama
O crime ocorreu na madrugada de 31 de outubro do ano passado. Na noite anterior, o irmão de Suzane, Andreas, na ocasião com 15 anos, foi tirado da casa. Foi levado pela garota e pelo namorado dela para uma LAN House.
"Ele foi seduzido pela idéia de que no aniversário de namoro [da irmã] a comemoração dos dois seria em um motel, e a dele seria na LAN House, o que todo adolescente adora fazer", afirma o promotor.
Depois de deixá-lo na LAN House, o casal pegou Cristian e retornou para a casa dos Richthofen. Segundo depoimentos dos acusados, Suzane estacionou o carro na garagem, entrou em casa e acendeu a luz do corredor para que o namorado e Cristian pudessem ver as vítimas.
Manfred e Marísia foram atacados enquanto dormiam. Foram golpeados com bastões na cabeça e em partes do corpo ainda na cama. Suzane diz que não participou diretamente das mortes.
Para cometer o crime, o trio usou luvas e meias-calças, na intenção de não deixar pistas para a polícia. O material foi descartado em seguida.
R.Cavallari/Folha Imagem |
Casa da família Richthofen é pichada após o crime |
A principal motivação para o crime seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais "por amor" ao namorado.
A casa foi pichada após o crime com palavras como "vadia". Ramos de flores também foram deixados no local por desconhecidos.
Segundo a advogada Gislaine Jabur, que defende os irmãos Cravinhos, eles estão tranquilos, "dentro do possível". A reportagem ainda tenta localizar o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Suzane.
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