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31/10/2003 - 17h15

Ambição motivou assassinato do casal Richthofen, diz promotor

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LÍVIA MARRA
da Folha Online

Presa sob acusação de envolvimento no assassinato dos pais, ocorrido há um ano em São Paulo, Suzane von Richthofen afirmou que praticou o crime por amor ao então namorado, Daniel Cravinhos.

"O que ela pensou foi numa vida de conforto. Pensou em ter dinheiro, em ter casa, carro, liberdade (...) Claro que o amor, aí, entre como um vaso que decora a mesa", diz o promotor Roberto Tardelli.

Em um dos interrogatórios prestados à Justiça, em dezembro do ano passado, Suzane disse que "ele [Daniel] prometeu um mundo encantado". Na ocasião, o rapaz rebateu as declarações e se preocupou em isentar o irmão, Cristian. Disse que ele acabou concordando em participar do assassinato para não deixá-lo sozinho.

"Você já viu alguém falar que matou por ódio? Dorinha Duval matou porquê? Lindomar Castilho matou porquê? Todos vão evocar o amor como um impulso que levou àquele gesto impensado", afirma Tardelli.

Os acusados disseram ter consumido maconha antes do crime, mas, para o promotor, a afirmação também não justificaria os assassinatos.

"Até por que nada existe no processo, na situação, que autorize a gente a afirmar que eles tenham usado droga de uma forma tão profunda, tão contumaz, que a droga os tenha levado a esse tipo de atitude", disse.

"Quem tem um drogado em casa sabe disso. Tudo o que o drogado não tem é rotina. Ele não consegue trabalhar, estudar, não tem relacionamento social, o relacionamento familiar dele se deteriora. Mas não era o caso. Ninguém percebeu nada."

Segundo a advogada Gislaine Jabur, que defende os irmãos Cravinhos, eles estão tranquilos, "dentro do possível". A reportagem ainda tenta localizar o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Suzane.

F.G./Folha Imagem
Suzane durante o enterro dos pais
Arrependimento e desculpas

Durante interrogatórios, Suzane chorou e os irmãos demonstraram arrependimento. Para o promotor, a atitude é consequência da situação que agora eles estão vivendo.

"Eles estão presos e a perspectiva de uma prisão muito longa, por 30 anos, já faz parte do dia-a-dia deles. Não obtiveram nenhuma das vantagens que pensavam ter [em relação ao crime]", disse.

O irmão de Suzane, Andreas, com 15 anos na ocasião do crime, chegou a dizer que havia perdoado a irmã.

"A sociedade estava exigindo desse menino uma racionalidade adulta (...) Foi uma situação que eu vi a vítima ser tratada impiedosamente. E [ele] foi julgado pelo perdão. Eu nunca vi um perdão ser objeto de julgamento. Perdão de um garoto de 15 anos", disse o promotor.

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