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14/11/2003
-
11h39
da Folha Online
A estudante Liana Friedenbach, 16, morta com o namorado Felipe Silva Caffé, 19, em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, foi violentada e torturada pelos acusados de envolvimento na morte do casal, segundo afirmaram policiais que investigam o crime. O resultado do laudo pericial sobre o estupro, no entanto, ainda não foi concluído.
O adolescente R.A.C, 16, o Champinha, apontado como o líder do grupo, "idealizou o abuso contra Liana, oferecendo-a aos outros comparsas", disse o delegado Silvio Balangio Júnior, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra.
Felipe morreu com um tiro na nuca no último dia 2, e Liana, a facadas, na madrugada de quarta-feira, segundo a polícia. Ainda segundo a polícia, Champinha foi o responsável por matar Liana e ajudou Paulo César da Silva Marques, 32, o Pernambuco, a matar Felipe.
Além de Pernambuco e de R.A.C., estão detidos Antonio Matias de Barros, 48, Antônio Caetano Silva, 50, e Aguinaldo Pires, 41.
Crime
Os namorados estavam desaparecidos desde o último dia 31, quando foram acampar em um sítio abandonado em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. No dia 1º, Champinha e Pernambuco seguiram para pescar na região quando viram o casal. "Quando viu Liana, Champinha disse para Pernambuco: 'Olha que menina gostosa'. Depois, teve a idéia de roubar os estudantes", disse o delegado.
Na tarde do mesmo dia, Pernambuco e Champinha abordaram os estudantes enquanto eles dormiam na barraca. A dupla, no entanto, se decepcionou ao não encontrar armas nem muito dinheiro e decidiu levar os namorados para a casa de Barros, na mesma região.
Durante o trajeto, Liana disse aos criminosos que sua família tinha dinheiro. A garota sugeriu que a dupla pedisse resgate e, depois, libertasse ela e seu namorado. Segundo a polícia, nesse momento, Champinha decidiu matar Felipe e ficar com a menina.
Barros não estava em sua casa e os quatro seguiram, então, para a casa de Silva, que também não estava. No entanto, Pernambuco e Champinha decidiram ficar e usar o local como cativeiro. Conforme a polícia, na noite do dia 1º, Pernambuco violentou Liana, enquanto Felipe permanecia em outro quarto. A garota, disseram os acusados, estava em estado de choque e não reagiu.
Tiro
Na manhã do dia seguinte, os quatro saíram para caminhar no meio do matagal. Pernambuco seguiu na frente com Felipe e matou o estudante, com um tiro na nuca. Liana, que estava com Champinha, ouviu o tiro, mas não viu seu namorado morrer. Ao perguntar sobre Felipe, Champinha disse para ela que o rapaz havia sido libertado.
No mesmo dia, Pernambuco fugiu para São Paulo e Liana ficou com o adolescente na casa de Silva. Conforme a polícia, ela foi violentada por Champinha.
No dia 3, Silva chegou em casa acompanhado por Pires e viram a estudante no local. Champinha, então, apresentou-a como sua namorada, e ofereceu a menina para os colegas. A estudante foi violentada por Pires, segundo a polícia.
No mesmo dia, um irmão de Champinha disse para ele voltar para casa, porque sua mãe estava preocupada e havia "muita polícia" na região. Champinha disse ao irmão que Liana era sua namorada. Disse também que a garota iria embora e que ele precisava acompanhá-la até a rodoviária.
Matagal
Na madrugado do dia 5, Champinha levou a estudante até o matagal, onde tentou degolá-la. Depois, ainda de acordo com a polícia, golpeou a cabeça de Liana com uma peixeira. Quando a estudante caiu no chão, o adolescente ainda desferiu diversos golpes nas costas e no tórax da menina.
Os corpos das vítimas foram encontrados na última segunda-feira (10). Liana e Felipe mentiram sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela, no litoral, com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.
Envolvimento
Saiba qual foi o envolvimento de cada um dos acusados no crime, segundo a Polícia Civil:
- Champinha: idealizou a abordagem ao casal, participou do assassinato de Felipe, abusou sexualmente de Liana, e ofereceu a estudante para Pernambuco e para Agnaldo. Matou Liana a facadas.
- Pernambuco: participou do sequestro dos estudantes, abusou sexualmente de Liana, matou Felipe com um tiro na nuca e fugiu.
- Antônio Caetano: dono da casa usada como cativeiro, forneceu alimentos para Liana e Champinha e presenciou atos de violência sexual contra a estudante.
- Agnaldo Pires: abusou sexualmente de Liana.
- Antônio Matias: caseiro da primeira casada procurada para servir de cativeiro. Responsável por esconder a espingarda que matou Felipe, ele soube dos abusos sexuais contra Liana, mas não procurou a polícia.
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A estudante Liana Friedenbach, 16, morta com o namorado Felipe Silva Caffé, 19, em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, foi violentada e torturada pelos acusados de envolvimento na morte do casal, segundo afirmaram policiais que investigam o crime. O resultado do laudo pericial sobre o estupro, no entanto, ainda não foi concluído.
O adolescente R.A.C, 16, o Champinha, apontado como o líder do grupo, "idealizou o abuso contra Liana, oferecendo-a aos outros comparsas", disse o delegado Silvio Balangio Júnior, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra.
Felipe morreu com um tiro na nuca no último dia 2, e Liana, a facadas, na madrugada de quarta-feira, segundo a polícia. Ainda segundo a polícia, Champinha foi o responsável por matar Liana e ajudou Paulo César da Silva Marques, 32, o Pernambuco, a matar Felipe.
Além de Pernambuco e de R.A.C., estão detidos Antonio Matias de Barros, 48, Antônio Caetano Silva, 50, e Aguinaldo Pires, 41.
Reprodução |
Os estudantes Felipe e Liana |
Os namorados estavam desaparecidos desde o último dia 31, quando foram acampar em um sítio abandonado em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. No dia 1º, Champinha e Pernambuco seguiram para pescar na região quando viram o casal. "Quando viu Liana, Champinha disse para Pernambuco: 'Olha que menina gostosa'. Depois, teve a idéia de roubar os estudantes", disse o delegado.
Na tarde do mesmo dia, Pernambuco e Champinha abordaram os estudantes enquanto eles dormiam na barraca. A dupla, no entanto, se decepcionou ao não encontrar armas nem muito dinheiro e decidiu levar os namorados para a casa de Barros, na mesma região.
Durante o trajeto, Liana disse aos criminosos que sua família tinha dinheiro. A garota sugeriu que a dupla pedisse resgate e, depois, libertasse ela e seu namorado. Segundo a polícia, nesse momento, Champinha decidiu matar Felipe e ficar com a menina.
Barros não estava em sua casa e os quatro seguiram, então, para a casa de Silva, que também não estava. No entanto, Pernambuco e Champinha decidiram ficar e usar o local como cativeiro. Conforme a polícia, na noite do dia 1º, Pernambuco violentou Liana, enquanto Felipe permanecia em outro quarto. A garota, disseram os acusados, estava em estado de choque e não reagiu.
Tiro
Na manhã do dia seguinte, os quatro saíram para caminhar no meio do matagal. Pernambuco seguiu na frente com Felipe e matou o estudante, com um tiro na nuca. Liana, que estava com Champinha, ouviu o tiro, mas não viu seu namorado morrer. Ao perguntar sobre Felipe, Champinha disse para ela que o rapaz havia sido libertado.
No mesmo dia, Pernambuco fugiu para São Paulo e Liana ficou com o adolescente na casa de Silva. Conforme a polícia, ela foi violentada por Champinha.
No dia 3, Silva chegou em casa acompanhado por Pires e viram a estudante no local. Champinha, então, apresentou-a como sua namorada, e ofereceu a menina para os colegas. A estudante foi violentada por Pires, segundo a polícia.
No mesmo dia, um irmão de Champinha disse para ele voltar para casa, porque sua mãe estava preocupada e havia "muita polícia" na região. Champinha disse ao irmão que Liana era sua namorada. Disse também que a garota iria embora e que ele precisava acompanhá-la até a rodoviária.
Matagal
Na madrugado do dia 5, Champinha levou a estudante até o matagal, onde tentou degolá-la. Depois, ainda de acordo com a polícia, golpeou a cabeça de Liana com uma peixeira. Quando a estudante caiu no chão, o adolescente ainda desferiu diversos golpes nas costas e no tórax da menina.
Os corpos das vítimas foram encontrados na última segunda-feira (10). Liana e Felipe mentiram sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela, no litoral, com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.
Envolvimento
Saiba qual foi o envolvimento de cada um dos acusados no crime, segundo a Polícia Civil:
- Champinha: idealizou a abordagem ao casal, participou do assassinato de Felipe, abusou sexualmente de Liana, e ofereceu a estudante para Pernambuco e para Agnaldo. Matou Liana a facadas.
- Pernambuco: participou do sequestro dos estudantes, abusou sexualmente de Liana, matou Felipe com um tiro na nuca e fugiu.
- Antônio Caetano: dono da casa usada como cativeiro, forneceu alimentos para Liana e Champinha e presenciou atos de violência sexual contra a estudante.
- Agnaldo Pires: abusou sexualmente de Liana.
- Antônio Matias: caseiro da primeira casada procurada para servir de cativeiro. Responsável por esconder a espingarda que matou Felipe, ele soube dos abusos sexuais contra Liana, mas não procurou a polícia.
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