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22/11/2003
-
18h33
da Folha Online
Uma comitiva liderada pelo pai da adolescente Liana Friedenbach, Ari Friedenbach, e pela mãe de Felipe Caffé, Lenice Silva Caffé, entregou neste sábado a uma comissão de deputados estaduais paulistas o "Manifesto pela Paz com Justiça". O documento defende mudanças no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Liana e Felipe foram assassinados há cerca de duas semanas em Embu-Guaçu (Grande São Paulo), e, de acordo com a polícia, o mentor do crime é um jovem de 16 anos.
A comitiva chegou à Assembléia por volta das 16h do sábado após participar da passeata contra a violência que, segundo informações da Polícia Militar, reuniu cerca de 5.000 pessoas.
A passeata saiu do colégio São Luiz, na av. Paulista, em direção ao Legislativo paulista.
Os manifestantes --a maioria jovens-- se concentraram no pátio do estacionamento da Assembléia. Familiares e amigos do casal vestiam camisetas com uma foto de Liana e Felipe e a mensagem "paz com justiça".
Atualmente, o ECA determina que o tempo máximo de internação para jovens infratores seja de três anos e a morte do casal colocou em evidência a discussão em torno da maioridade penal.
A intenção dos manifestantes é que os deputados estaduais encaminhem ao Congresso Federal as reivindicações do grupo. Uma delas é a realização de um plebiscito para averiguar se a população brasileira quer ou não uma revisão do ECA.
Segue a íntegra do manifesto entregue aos deputados:
"Essa mobilização expressa um anseio social de paz com justiça.
A sociedade está exausta de se defrontar com a violência e vive assombrada pela impunidade.
Violência e impunidade é o que vivemos.
Paz com justiça é o que desejamos.
Nós estamos aqui para demonstrar que medidas necessitam ser tomadas para mudar esse quadro de violência social.
Somos a favor de todas as políticas de inclusão social.
No entanto, a questão social da violência não se encerra, apenas, em políticas de inclusão social.
Desde tempos imemoriais, os desvios de conduta são punidos pela sociedade como forma de convivência social.
A essência do Estado Democrático de Direito é a aplicação completa e eficaz da lei.
A realização desse Estado Democrático não pode ser desprovida da aplicação firme das penas para os desvios de conduta social.
Aplicar as regras punitivas de forma firme e severa não exclui qualquer política de inclusão social. Ao contrário, são esferas diferentes e uma não é excludente da outra.
Para tanto, sugerimos a consulta à população sobre alterações das regras de punição de menores que pratiquem crimes graves.
Desejamos a firme e efetiva aplicação das regras punitivas já existentes pelos órgãos competentes.
Queremos dotar a nossa sociedade dos mecanismos que ela necessita para prevenir a barbárie e a violência. Isso se consegue com políticas de inclusão social. Mas, isso se consegue, imprescindivelmente pela aplicação firme e concreta de penas por descumprimento da ordem social.
Não se trata da questão da violência contemporizando-a, parafraseando Martin Luther King.
Paz com justiça. Justiça com efetividade e razão."
Pais de Liana e Felipe entregam manifesto a deputados paulistas
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Uma comitiva liderada pelo pai da adolescente Liana Friedenbach, Ari Friedenbach, e pela mãe de Felipe Caffé, Lenice Silva Caffé, entregou neste sábado a uma comissão de deputados estaduais paulistas o "Manifesto pela Paz com Justiça". O documento defende mudanças no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Liana e Felipe foram assassinados há cerca de duas semanas em Embu-Guaçu (Grande São Paulo), e, de acordo com a polícia, o mentor do crime é um jovem de 16 anos.
A comitiva chegou à Assembléia por volta das 16h do sábado após participar da passeata contra a violência que, segundo informações da Polícia Militar, reuniu cerca de 5.000 pessoas.
A passeata saiu do colégio São Luiz, na av. Paulista, em direção ao Legislativo paulista.
Os manifestantes --a maioria jovens-- se concentraram no pátio do estacionamento da Assembléia. Familiares e amigos do casal vestiam camisetas com uma foto de Liana e Felipe e a mensagem "paz com justiça".
Atualmente, o ECA determina que o tempo máximo de internação para jovens infratores seja de três anos e a morte do casal colocou em evidência a discussão em torno da maioridade penal.
A intenção dos manifestantes é que os deputados estaduais encaminhem ao Congresso Federal as reivindicações do grupo. Uma delas é a realização de um plebiscito para averiguar se a população brasileira quer ou não uma revisão do ECA.
Segue a íntegra do manifesto entregue aos deputados:
"Essa mobilização expressa um anseio social de paz com justiça.
A sociedade está exausta de se defrontar com a violência e vive assombrada pela impunidade.
Violência e impunidade é o que vivemos.
Paz com justiça é o que desejamos.
Nós estamos aqui para demonstrar que medidas necessitam ser tomadas para mudar esse quadro de violência social.
Somos a favor de todas as políticas de inclusão social.
No entanto, a questão social da violência não se encerra, apenas, em políticas de inclusão social.
Desde tempos imemoriais, os desvios de conduta são punidos pela sociedade como forma de convivência social.
A essência do Estado Democrático de Direito é a aplicação completa e eficaz da lei.
A realização desse Estado Democrático não pode ser desprovida da aplicação firme das penas para os desvios de conduta social.
Aplicar as regras punitivas de forma firme e severa não exclui qualquer política de inclusão social. Ao contrário, são esferas diferentes e uma não é excludente da outra.
Para tanto, sugerimos a consulta à população sobre alterações das regras de punição de menores que pratiquem crimes graves.
Desejamos a firme e efetiva aplicação das regras punitivas já existentes pelos órgãos competentes.
Queremos dotar a nossa sociedade dos mecanismos que ela necessita para prevenir a barbárie e a violência. Isso se consegue com políticas de inclusão social. Mas, isso se consegue, imprescindivelmente pela aplicação firme e concreta de penas por descumprimento da ordem social.
Não se trata da questão da violência contemporizando-a, parafraseando Martin Luther King.
Paz com justiça. Justiça com efetividade e razão."
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