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25/11/2003
-
20h11
da Folha Online
Um grupo de sindicalistas, opositores à atual direção do sindicato dos motoristas, fez na manhã desta terça-feira acusações contra o ex-presidente da entidade, Edivaldo Santiago, na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Segundo Odair Henrique da Silva, o Zé Prego, que é sindicalista ligado à CUT e que esteve na PF junto ao grupo fazendo as acusações, Santiago tem ameaçado sindicalistas da oposição desde que deixou a carceragem da PF no dia 15 de outubro.
"Ele [Santiago] tentou induzir a gente a fazer um depoimento a seu favor. O grupo do Santiago ofereceu dinheiro. Disseram que pagariam ajuda de custo pra gente mais R$ 1.800 se disséssemos que nos depoimentos anteriores agimos sob emoção", afirmou Silva.
O sindicalista disse ainda que Santiago está tentando se "passar por vítima". "Ele [Santiago] foi ao 3º Distrito Policial [Santa Ifigênia] fazer uma denúncia de que eu estava pagando R$ 80 mil para matá-lo. É um absurdo, nem sei quanto dinheiro é isso tudo", disse.
Mortes
Santiago também foi acusado pelo grupo de sindicalistas de participação nas mortes de dois funcionários da viação Bola Branca, no final de semana passado.
Silva afirma que as duas vítimas apoiariam a chapa de Santiago, porém, por não concordar com as atitudes do sindicalista, resolveram mudar de lado. "Eles não eram testemunhas de nada, mas passaram a se opor a Santiago", afirmou.
De acordo com ele, Santiago teria inventado uma viagem para servir como álibi se fosse acusado pelas mortes. "Mas e o resto do grupo dele? E os outros 14 colegas dele também acusados?"
Após receber as acusações, Nivaldo Bernardi, delegado da PF, teria afirmado que entraria novamente com pedido de prisão preventiva contra Santiago. Na última semana, o Ministério Público já havia feito o pedido da prisão de cinco sindicalistas --incluindo o ex-presidente--, mas a Justiça negou.
Para Alexandre Crepaldi, advogado de Santiago, as denúncias são infundadas e de caráter político.
A reportagem procurou o porta-voz da PF, delegado Wagner Castilho, para saber sobre as providências que serão tomadas a partir de agora, mas ele não foi localizado.
Eleição
A posse da nova direção do sindicato está marcada para meados de dezembro. O vencedor da eleição foi Luiz Gonçalves, filiado à Força Sindical e ligado a Santiago.
As chapas derrotadas entraram com pedido de impugnação da eleição. Os membros das chapas acusam a situação de descumprir normas estabelecidas pela Justiça, de fraudar o processo eleitoral e de não usar as urnas oferecidas pela Justiça Eleitoral.
Crise
A Justiça Federal decretou, em maio, a prisão de Santiago e outros sindicalistas.
Eles são acusados, entre outros crimes, de receber propina de empresários para incentivar a categoria a fazer paralisações. As greves seriam um meio de pressionar a prefeitura a conceder subsídios ou aumentar a tarifa do transporte.
Santiago foi libertado quando teve a prisão preventiva revogada pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt, da Vara do Júri e Execuções Criminais de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Ele é acusado ainda de participar da morte de Maurício Alves Cordeiro, presidente do sindicato dos condutores de Guarulhos, em novembro de 2001.
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Um grupo de sindicalistas, opositores à atual direção do sindicato dos motoristas, fez na manhã desta terça-feira acusações contra o ex-presidente da entidade, Edivaldo Santiago, na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Segundo Odair Henrique da Silva, o Zé Prego, que é sindicalista ligado à CUT e que esteve na PF junto ao grupo fazendo as acusações, Santiago tem ameaçado sindicalistas da oposição desde que deixou a carceragem da PF no dia 15 de outubro.
"Ele [Santiago] tentou induzir a gente a fazer um depoimento a seu favor. O grupo do Santiago ofereceu dinheiro. Disseram que pagariam ajuda de custo pra gente mais R$ 1.800 se disséssemos que nos depoimentos anteriores agimos sob emoção", afirmou Silva.
O sindicalista disse ainda que Santiago está tentando se "passar por vítima". "Ele [Santiago] foi ao 3º Distrito Policial [Santa Ifigênia] fazer uma denúncia de que eu estava pagando R$ 80 mil para matá-lo. É um absurdo, nem sei quanto dinheiro é isso tudo", disse.
Mortes
Santiago também foi acusado pelo grupo de sindicalistas de participação nas mortes de dois funcionários da viação Bola Branca, no final de semana passado.
Silva afirma que as duas vítimas apoiariam a chapa de Santiago, porém, por não concordar com as atitudes do sindicalista, resolveram mudar de lado. "Eles não eram testemunhas de nada, mas passaram a se opor a Santiago", afirmou.
De acordo com ele, Santiago teria inventado uma viagem para servir como álibi se fosse acusado pelas mortes. "Mas e o resto do grupo dele? E os outros 14 colegas dele também acusados?"
Após receber as acusações, Nivaldo Bernardi, delegado da PF, teria afirmado que entraria novamente com pedido de prisão preventiva contra Santiago. Na última semana, o Ministério Público já havia feito o pedido da prisão de cinco sindicalistas --incluindo o ex-presidente--, mas a Justiça negou.
Para Alexandre Crepaldi, advogado de Santiago, as denúncias são infundadas e de caráter político.
A reportagem procurou o porta-voz da PF, delegado Wagner Castilho, para saber sobre as providências que serão tomadas a partir de agora, mas ele não foi localizado.
Eleição
A posse da nova direção do sindicato está marcada para meados de dezembro. O vencedor da eleição foi Luiz Gonçalves, filiado à Força Sindical e ligado a Santiago.
As chapas derrotadas entraram com pedido de impugnação da eleição. Os membros das chapas acusam a situação de descumprir normas estabelecidas pela Justiça, de fraudar o processo eleitoral e de não usar as urnas oferecidas pela Justiça Eleitoral.
Crise
A Justiça Federal decretou, em maio, a prisão de Santiago e outros sindicalistas.
Eles são acusados, entre outros crimes, de receber propina de empresários para incentivar a categoria a fazer paralisações. As greves seriam um meio de pressionar a prefeitura a conceder subsídios ou aumentar a tarifa do transporte.
Santiago foi libertado quando teve a prisão preventiva revogada pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt, da Vara do Júri e Execuções Criminais de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Ele é acusado ainda de participar da morte de Maurício Alves Cordeiro, presidente do sindicato dos condutores de Guarulhos, em novembro de 2001.
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