Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/11/2003 - 23h38

Ibama denuncia que madeireiros planejam sequestros no Pará

Publicidade

KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

O diretor de Proteção Ambiental do Ibama Flávio Montiel denunciou nesta quarta-feira que madeireiros de Altamira (PA) planejam sequestrar funcionários públicos, além de invadir outras 28 administrações do órgão no Estado do Pará.

Elielson Soares Farias, coordenador do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em Altamira, e Bruno Lourenço Kempner, chefe do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) seriam os alvos dos sequestros.

Há uma semana, 2.000 trabalhadores de madeireiras acampam no Ibama de Altamira em protesto contra a fiscalização que combate os desmatamentos e exploração ilegal de madeira na região. Nesta quarta-feira, cerca de mil trabalhadores desocuparam a sede do Incra.

"Há um movimento que extrapola a manifestação pública que nos leva a suspeita dos sequestros. É uma demonstração de que existem culpados nesse processo [exploração madeireira]. Se não houvesse o que temer, não havia essa manifestação dessa envergadura. Uma coisa é uma manifestação democrática, outra coisa é cercear a atividade de um órgão público federal", disse Montiel, que está em Belém. Nesta quinta-feira ele deve integrar uma comissão ministerial para discutir com as lideranças dos madeireiros, em Altamira.

A comissão só viaja para Altamira se os madeireiros desocuparem o prédio e a rodovia Transamazônica, segundo o diretor do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Rezende de Azevedo.

Como o prédio do Ibama está fechado, os funcionários do órgão estão na sede da Polícia Rodoviária Federal. Há ameaça de desabastecimento de combustível na cidade.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário do Estado do Pará, Iran Guimarães, negou a denúncia de sequestro. "Isso é uma verdadeira falácia, o Bruno [Kempner] está caminhando tranquilamente pela cidade", disse Guimarães. Ele afirmou que as manifestações só terminarão se o Ibama anular as multas que totalizam R$ 1,5 milhão e liberar os cerca de 50 projetos de manejo florestal, que foram suspensos por irregularidade.

A delegada da Polícia Federal Cristiane Correia Machado, que está em Altamira, disse que as investigações não apontavam ameaças de sequestros dos funcionários do Ibama e do Incra. "O clima aqui é bem pacífico."

A Polícia Federal deslocou o delegado Caio Bezerra para a cidade de Porto de Moz, onde madeireiros expulsaram o navio da organização ambientalista Greenpeace. Nesta quarta-feira, um avião dos madeireiros sobrevoou o navio, que está no rio Xingu, segundo Paulo Adário, integrante da ONG.

O procurador da República em Santarém, Nilo Marcelo de Almeida Camargo, acompanha a situação em Porto de Moz.

Especial
  • Leia mais notícias e fique por dentro do Ambiente
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página