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10/12/2003
-
20h30
CARLOS FERREIRA
da Folha Online
Cerca de 60 pessoas ligadas à Chapa 2 da CUT realizaram um protesto na tarde desta quarta-feira em frente ao Fórum João Mendes, na região central de São Paulo, contra o resultado da eleição para a presidência do sindicato dos motoristas, ocorrida no mês passado.
Alguns dos sindicalistas se acorrentaram nas grades em frente ao fórum. A intenção do grupo é chamar a atenção da juíza da 32ª Vara Civil, Maria Lúcia, que ficou de analisar uma petição protocolada na manhã desta terça-feira (9) pelos advogados da chapa.
Junto à petição, os advogados entregaram documentos que comprovariam a falsificação de mais de mil assinaturas durante a eleição. "Constatamos na lista de votantes que a mesma assinatura apareceu mais de dez vezes, como também o nome de trabalhadores de outras categorias, como por exemplo, escritórios, administração e serviços terceirizados de limpeza, e até mesmo nomes de membros da chapa cutista, o que é no mínimo absurdo", disse a advogada Kátia Gomide.
De acordo com a advogada, entre outras provas de fraude na eleição está o número de votos que consta na ata de apuração, "que não bate com o número do mapa das urnas". Kátia afirma que, dependendo da decisão da juíza, deve recorrer à Corregedoria Geral da Justiça.
O grupo deve voltar ao fórum nesta quinta-feira (11) para novo protesto. O número de pessoas presentes nesta quarta-feira foi informado pela CUT. A Polícia Militar não soube precisar o número de participantes.
O resultado da eleição foi divulgado no dia 13 de novembro. A posse de Luiz Gonçalves, o Luizinho, filiado à Força Sindical e ligado a Edivaldo Santiago --ex-presidente do sindicato--, vencedor da eleição, está marcada para a próxima sexta-feira (12). A nova direção nega as acusações.
Ameaças
Kátia Gomide afirmou que vem recebendo ameaças dos sindicalistas da chapa vencedora da eleição. Segundo disse à reportagem, ela já teve seu carro cercado e foi ameaçada. "Me disseram que caso eu consiga anular a eleição eu não amanheceria mais."
Segundo a advogada, os sindicalistas estariam ainda rondando sua casa, em Campinas (95 km a noroeste de SP). "Tenho quatro filhos, e eles também foram ameaçados. Mas eu não vou me intimidar. Se você esmorecer, a justiça não será feita e não vai ter valido a pela seguir a carreira que escolhi", afirmou.
Após as supostas ameaças, Kátia fez uma denúncia na Polícia Federal e contratou seguranças.
Outro lado
Luizinho afirma que não houve fraude e que a chapa derrotada estaria "forjando provas" para tentar anular a eleição.
"Não houve nenhuma fraude da nossa parte, da parte deles houve fraude, que nós provamos. Inclusive entramos com uma denúncia na Delegacia de Ordem Política e Social de crime contra organização sindical e crime de falsidade ideológica. Eles estão forjando provas para tentar caracterizar uma situação que não existiu", disse.
Segundo o sindicalista, a Chapa 2 estaria ainda induzindo trabalhadores para prejudicar a chapa vencedora. "Eles estão soltando documentos nas garagens onde eles induzem a pessoa a assinar um documento dizendo que quando chegou para votar, alguém já tinha votado no lugar dele", afirmou.
Quanto às ameaças relatadas pela advogada, Luizinho disse que é "tudo mentira".
"Ela está fazendo uma cena, tentando criar uma situação que não existe. Dois candidatos da chapa deles já apareceram na televisão com coletes a prova de balas dizendo que estavam sofrendo ameaças de morte e induziram o juiz federal a mandar realizar uma busca no sindicato e na casa dos diretores. Não encontraram nada."
Especial
Saiba mais sobre a crise no transporte de SP
Grupo protesta contra eleição no sindicato dos motoristas de SP
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da Folha Online
Cerca de 60 pessoas ligadas à Chapa 2 da CUT realizaram um protesto na tarde desta quarta-feira em frente ao Fórum João Mendes, na região central de São Paulo, contra o resultado da eleição para a presidência do sindicato dos motoristas, ocorrida no mês passado.
Alguns dos sindicalistas se acorrentaram nas grades em frente ao fórum. A intenção do grupo é chamar a atenção da juíza da 32ª Vara Civil, Maria Lúcia, que ficou de analisar uma petição protocolada na manhã desta terça-feira (9) pelos advogados da chapa.
Junto à petição, os advogados entregaram documentos que comprovariam a falsificação de mais de mil assinaturas durante a eleição. "Constatamos na lista de votantes que a mesma assinatura apareceu mais de dez vezes, como também o nome de trabalhadores de outras categorias, como por exemplo, escritórios, administração e serviços terceirizados de limpeza, e até mesmo nomes de membros da chapa cutista, o que é no mínimo absurdo", disse a advogada Kátia Gomide.
De acordo com a advogada, entre outras provas de fraude na eleição está o número de votos que consta na ata de apuração, "que não bate com o número do mapa das urnas". Kátia afirma que, dependendo da decisão da juíza, deve recorrer à Corregedoria Geral da Justiça.
O grupo deve voltar ao fórum nesta quinta-feira (11) para novo protesto. O número de pessoas presentes nesta quarta-feira foi informado pela CUT. A Polícia Militar não soube precisar o número de participantes.
O resultado da eleição foi divulgado no dia 13 de novembro. A posse de Luiz Gonçalves, o Luizinho, filiado à Força Sindical e ligado a Edivaldo Santiago --ex-presidente do sindicato--, vencedor da eleição, está marcada para a próxima sexta-feira (12). A nova direção nega as acusações.
Ameaças
Kátia Gomide afirmou que vem recebendo ameaças dos sindicalistas da chapa vencedora da eleição. Segundo disse à reportagem, ela já teve seu carro cercado e foi ameaçada. "Me disseram que caso eu consiga anular a eleição eu não amanheceria mais."
Segundo a advogada, os sindicalistas estariam ainda rondando sua casa, em Campinas (95 km a noroeste de SP). "Tenho quatro filhos, e eles também foram ameaçados. Mas eu não vou me intimidar. Se você esmorecer, a justiça não será feita e não vai ter valido a pela seguir a carreira que escolhi", afirmou.
Após as supostas ameaças, Kátia fez uma denúncia na Polícia Federal e contratou seguranças.
Outro lado
Luizinho afirma que não houve fraude e que a chapa derrotada estaria "forjando provas" para tentar anular a eleição.
"Não houve nenhuma fraude da nossa parte, da parte deles houve fraude, que nós provamos. Inclusive entramos com uma denúncia na Delegacia de Ordem Política e Social de crime contra organização sindical e crime de falsidade ideológica. Eles estão forjando provas para tentar caracterizar uma situação que não existiu", disse.
Segundo o sindicalista, a Chapa 2 estaria ainda induzindo trabalhadores para prejudicar a chapa vencedora. "Eles estão soltando documentos nas garagens onde eles induzem a pessoa a assinar um documento dizendo que quando chegou para votar, alguém já tinha votado no lugar dele", afirmou.
Quanto às ameaças relatadas pela advogada, Luizinho disse que é "tudo mentira".
"Ela está fazendo uma cena, tentando criar uma situação que não existe. Dois candidatos da chapa deles já apareceram na televisão com coletes a prova de balas dizendo que estavam sofrendo ameaças de morte e induziram o juiz federal a mandar realizar uma busca no sindicato e na casa dos diretores. Não encontraram nada."
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