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25/01/2004 - 05h34

Cidadão aponta a violência como 1º problema

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da Folha de S.Paulo

Violência nas ruas, assaltos, crimes, falta de segurança, medo de bandidos, outras violências.

Essas foram as principais respostas dadas pelo paulistano ao pesquisador do Datafolha que perguntou: "Qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando você pensa na cidade de São Paulo?".

As respostas fazem parte de um agrupamento realizado pelo instituto de pesquisa sob a identificação "aspectos negativos da cidade", que correspondeu a 55% das respostas, ou seja, à maioria absoluta delas. Não só fazem parte como se destacam: mais de um quarto das respostas (27%) se referem à falta de segurança como primeira coisa que é lembrada a respeito de São Paulo.

Mas o reflexo da criminalidade no imaginário ou no cotidiano das pessoas não pára por aí. Esse é também o item mais citado quando a questão é a principal desvantagem de morar na cidade.

Há, porém, dois pontos a serem observados aqui, um "a favor" outro "contra".

"Contra": desde 1997, quando o Datafolha fez as mesmas perguntas pela
primeira vez, a violência é a lembrança mais imediata do paulistano e também apontada como a maior desvantagem.

"A favor": houve uma queda no índice da violência como primeira lembrança que surge na cabeça: era de 17% em 97, subiu para 29% em 2000, para 33% em 2001 e desceu agora para 27%.

Obviamente não é apenas a falta de segurança que incomoda o paulistano, e a pesquisa do Datafolha deixa bem claro isso, a rigor revelando um paradoxo: se nas respostas que se referem aos aspectos positivos da cidade as oportunidades de trabalho aparecem em primeiro lugar (leia nas páginas 2 e 3), o desemprego é o segundo item que vem à lembrança dos entrevistados, da mesma forma que surge logo em seguida da violência no quesito principal desvantagem da cidade.

E mais uma vez há pontos que devem ser notados. Se em 1997 o desemprego como primeira idéia atingia 5%, em 2000 saltou para 13%. A seguir, foi a 10% em 2001, caindo agora para os 8% assinalados pelo Datafolha.

Na trajetória oposta, observa-se que, em 1997, 8% disseram que o desemprego era a maior desvantagem de São Paulo, em 2000 esse número subiu para 11% (não houve pesquisa sobre a questão em 2001) e em 2003 o índice atinge 14%, o maior de toda a série.

Os demais itens apontados pelo paulistano como primeira lembrança foram: trânsito (3%, o mesmo percentual da pesquisa anterior) e problemas ambientais/poluição (3%, 9 pontos a menos que no último levantamento, de 2001). Sobre as outras desvantagens da cidade relatadas pelos moradores, os números são os seguintes pela ordem: poluição (6%), trânsito (5%), custo de vida alto (4%), superpopulação (2%), transporte coletivo deficiente (2%) e falta de moradia (1%).

Deram respostas variadas a esta questão (poluição sonora, correria, pobreza, estresse etc), 14%, 8% não souberam responder e 5% responderam que não há nenhuma desvantagem em morar na cidade.

O tema violência, ou falta de segurança, ainda não pode ser abandonado, no entanto, porque ele está ligado a duas outras questões apresentadas pelo Datafolha, uma relativa aos hábitos noturnos dos moradores, outra sobre qual presente o paulistano gostaria de dar para São Paulo.

Quanto à vida noturna, a maioria dos habitantes (48%) continua afirmando, assim como o fez em nove pesquisas anteriores, que evita locais, ruas ou pessoas da vizinhança quando resolve passear pelas cercanias de sua casa depois do anoitecer.

Esse é o menor patamar de todas as pesquisas, sendo que o mais baixo fora registrado, anteriormente, em 1999 e 2000 (56%).

Em contrapartida, aumentou muito o índice daqueles que afirmaram que simplesmente não saem mais para passear depois que o dia termina: quase triplicou, passando dos 5% em 2002 para surpreendentes 14% agora.

Com relação ao presente que o cidadão daria à sua cidade no dia do aniversário, eis que mais uma vez a presença da violência se faz sentir forte.

Nunca, na história das pesquisas realizadas pelo Datafolha, tantos disseram que querem dar segurança, mais segurança, paz ou uma cidade mais pacífica de presente para São Paulo.

Pela primeira vez desde que a pergunta é feita aos cidadãos, essa resposta passa a casa dos 20%, atingindo 21%, embora seja importante lembrar que ela sempre esteve em primeiro lugar.

Em 1997, estava na casa dos 15%, caiu para 13% em 2000, subiu para 19% em 2002 e, no presente levantamento, galgou mais dois pontos percentuais.

A segunda resposta dada pelos entrevistados também tem a ver com os aspectos negativos da cidade e também experimenta uma curva ascendente.

Trata-se de mais trabalho e emprego. Em 1997, 6% desejavam dar isso de presente à cidade. O número subiu para 9% em 2000, 10% em 2001 e atinge 11% em 2003.

O item que aparece em terceiro lugar diz respeito ao ambiente, uma vez que 9% responderam que querem a cidade submetida a uma limpeza geral ou com mais árvores, menos poluição ou rios limpos ou com o ar mais puro.

A preocupação nesta área aumentou bastante, porque na pesquisa anterior ambiente era mencionado somente por 4% dos entrevistados.

Os dois aspectos que vêm a seguir, no rol dos presentes para a cidade, são relativos à administração pública (administrador, prefeito, vereadores ou governador melhores) e ao apoio à população carente. Do total de entrevistados, apenas 2% disseram que não gostariam de dar nenhum presente para São Paulo.

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