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10/02/2004 - 08h16

Comandante diz que versão de PMs sobre morte de dentista é falsa

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do Agora

O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alberto Silveira Rodrigues, afirmou que a versão de resistência seguida de morte apresentada por seis policiais acusados de matar o dentista Flávio Ferreira Sant'Ana, 28, não é verdadeira.

Os PMs, que estão presos, mataram Sant'Ana com dois tiros, no bairro de Santana, zona norte de São Paulo, após ele ser confundido com um ladrão, na terça-feira da semana passada.

Segundo a polícia, uma suposta vítima de roubo, o comerciante Antonio dos Anjos, 29, reconheceu o dentista como o ladrão que teria levado seu dinheiro. Os policiais que abordaram Sant'Ana dizem que ele estava com uma pistola e foi morto após reagir a tiros. A versão foi desmentida por Anjos, dias depois, na polícia.

O comandante-geral da PM disse não acreditar na versão dos policiais. Em entrevista nesta segunda-feira --logo após visitar o policial militar da reserva Jonas Sant'Ana, pai do dentista--, Rodrigues afirmou: "Os indícios conduzem para outra situação, até porque a confissão de um deles [PMs] aponta que uma carteira foi colocada no bolso [de Sant'Ana], posteriormente [ao crime]. A confissão é indício de que a história era mentirosa."

"Maus policiais"

Rodrigues disse que os PMs usam "argumentos que certamente serão derrubados pela Corregedoria da PM". Ele afirma que, mesmo após a nova versão de um dos acusados --que teria colocado a carteira da vítima do assalto no bolso do dentista--, os policiais negam o homicídio. "Em nenhum instante seremos cúmplices da ação de maus policiais."

Estão presos por 30 dias o tenente Carlos Alberto de Souza, 34, o cabo Ricardo Rivera, 27, e os soldados Deives Jr., 24, Ivanildo Soares da Cruz, 35, e Luciano José Dias, 24. Edson Assunção (soldado) está preso administrativamente por cinco dias sob a acusação de ameaçar Anjos após o crime. A Polícia Militar informou que todos têm "ficha limpa".

Namorada

Uma das últimas frases do dentista foi dita à namorada, a suíça Anita Joos, 30, ao deixá-la no aeroporto de Guarulhos, poucas horas antes de ser morto. "Ele disse que estava triste com a minha partida, mas que iria se lembrar de mim eternamente", afirmou Anita, em entrevista de Nova York.

"Ele era um homem maravilhoso. Só posso achar que foi preconceito, foi morto por causa da cor." Sant'Ana era negro.

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