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20/02/2004 - 04h36

No Rio, cena de sexo é encoberta

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da Folha de S.Paulo, no Rio

Mais uma vez, o carnavalesco Joãosinho Trinta causou polêmica no Carnaval do Rio. Para se ajustar a uma recomendação da Promotoria de Infância e Juventude de Duque de Caxias (região metropolitana do Rio), parte de dois carros alegóricos da Grande Rio serão encobertos ou modificados. O objetivo é esconder cenas de sexo.

No carro abre-alas, que simula uma relação sexual entre os personagens bíblicos Adão e Eva, as partes de baixo das estátuas serão cobertas.
Outro carro da escola, no qual esculturas reproduzem cenas do "Kama Sutra" (manual indiano de posições sexuais), também terá partes tapadas ou modificadas. Com o enredo "Vamos Vestir a Camisinha, Meu Amor", a escola diz que quer estimular a prevenção à Aids.

"No nosso entender, não há problema. Mas sabíamos, desde que escolhemos o enredo [sobre o uso do preservativo], que haveria polêmica", disse o presidente da Grande Rio, Hélio de Oliveira.

Na quarta-feira, promotores de Duque de Caxias inspecionaram o barracão da escola. Voltarão para verificar se as alterações foram feitas.

"Assinamos com a escola termo de ajustamento de conduta para que a alegoria fique de uma forma que não choque ninguém", afirmou o promotor Galdino Bordallo. Segundo ele, a maior preocupação é com as crianças. "Uma coisa é insinuar. Outra é estimular a pornografia", disse Bordallo.

Para Joãosinho Trinta, o "Kama Sutra" é "uma obra de arte", "uma ciência", e nada tem de pornográfico. O carnavalesco afirmou ainda que a Bíblia, no livro do Gênesis, diz que os homens têm que "crescer e se multiplicar". "Foi o que Adão e Eva fizeram. Não é pecado", disse.
Criticando de modo indireto a Igreja, ele afirmou que a "a TV pode mostrar tudo, mas o Carnaval não".

Esse é mais um capítulo da briga de Trinta com a Igreja Católica. O Ministério Público agiu depois de uma representação da União dos Juristas Católicos do Rio, ligada à Igreja.

O presidente da associação, Paulo Silveira Martins Leão Júnior, disse que a motivação para a representação foi "ética e não religiosa". "Não somos contra nada que é insinuado. Mas nesse caso era algo muito explícito."

Em 1989, Joãosinho Trinta, na época na Beija-Flor, teve de encobrir uma imagem de Cristo, que estava caracterizado como mendigo, em razão de uma decisão da Justiça favorável à Arquidiocese do Rio. O enredo, segundo colocado em 1989, era "Ratos e Urubus, Larguem a minha Fantasia".

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