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02/09/2000 - 19h23

Polícia monta esquema de "guerra" para levar Pimenta à prisão

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CRISPIM ALVES
Coordenador de Cidades da Folha Online
MILENA BUOSI
da Folha Online

A Polícia Civil de São Paulo montou um verdadeiro esquema de "guerra" para transferir o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, 63, da clínica onde está internado para o 77º DP (Santa Cecília). Cerca de 60 policiais foram destacados para acompanhar a remoção do jornalista, que está sob tratamento na clínica psiquiátrica Parque Julieta, na Granja Julieta, zona sudoeste de São Paulo.

Pimenta Neves deverá ficar na mesma cela onde estão o ex-vereador Vicente Viscome, apontado como o principal integrante da máfia da propina, e o estudante Mateus da Costa Meira, que matou três pessoas em um cinema do shopping Morumbi.

Teoricamente, Pimenta Neves deverá permanecer internado na clínica até a 0h de segunda-feira, quando, no entender da polícia, vence o prazo da liminar concedida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que determinou a permanência do jornalista na clínica por dez dias.

No entanto, os advogados de defesa do jornalista entendem que o prazo da liminar acaba às 19h, horário em que Pimenta Neves foi cientificado da decisão do TJ-SP.

Pimenta Neves, que confessou o assassinato de sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, 32, está com a prisão preventiva decretada desde a última segunda-feira pela Justiça de Ibiúna, onde ocorreu o crime. Em depoimento, no entanto, o jornalista negou que tenha premeditado o assassinato.

Apesar do decreto de prisão, o jornalista ainda não ficou um dia sequer em uma cela. Ele está internado na clínica desde sexta-feira da semana passada por força da liminar do TJ-SP. Antes disso, ele ficou internado no hospital Albert Einstein da noite de terça-feira ao início da tarde de sexta da mesma semana. Segundo seus advogado, Pimenta Neves teria tentado o suicídio ao ingerir 70 comprimidos de Lexotan e Frontal.

Segundo o delegado Carlos Alberto Ferreira Sato, responsável pela 1ª Delegacia de Homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Pimenta Neves sairá algemado, em um carro de polícia.

Pelo esquema, parte dos policiais ficará dentro da clínica. O restante ficará espalhado em ruas próximas à clínica, no percurso e ao redor do 77º DP. A operação vai contar com 28 carros de polícia.

"Estamos tomando todas as medidas preventivas possíveis para evitar qualquer tipo de problema durante a remoção", afirmou Sato. O delegado chegou a citar, como exemplo, problemas ocorridos durante a remoção de Francisco de Assis Pereira, o maníaco do parque, do DHPP para um presídio em Taubaté. Nessa ocasião, houve um grande tumulto, provocado por pessoas que estavam em frente ao prédio, quando Pereira saiu do local.

Os policiais deverão chegar à clínica por volta das 23h de domingo. Em tese, a remoção de Pimenta Neves poderá ocorrer já a partir da 0h.

"A polícia entende que, à 0h01, a responsabilidade pelo preso é nossa. Para nós, a liminar vence com base em dias corridos, não em horas ou minutos, como dizem os advogados de defesa. Se tivermos condições de tirá-lo da clínica naquele momento, isso será feito. Caso contrário, vamos aguardar. A segunda-feira acaba à meia-noite, mas a gente espera resolver isso o mais rápido possível", afirmou Sato. Ele não quis entrar em detalhes sobre os possíveis empecilhos que poderiam emperrar a remoção.

O advogado de Pimenta Neves, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, não foi localizado, até as 20h deste sábado, para falar sobre o assunto. No final da tarde de sexta-feira, o advogado Alberto Leite Fernandes deu entrada em um novo pedido de habeas corpus em favor do jornalista no STF (Supremo Tribunal Federal).

Na quinta-feira, a defesa do jornalista já havia tentado, sem sucesso, no STJ (Superior Tribunal de Justiça) uma liminar para revogar o mandado de prisão. O mesmo pedido já havia sido negado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

Segundo o STJ, o novo pedido de habeas corpus só será distribuído na tarde de segunda-feira. No pedido, de acordo com o STF, Leite Fernandes sustenta que Pimenta Neves tem emprego fixo, endereço e bons antecedentes e, portanto, tem direito a responder ao processo em liberdade.

E-mail: crispimalves@uol.com.br

E-mail: mbuosi@folhasp.com.br

Clique aqui para ler mais notícias sobre o assassinato da jornalista Sandra Gomide

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