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17/03/2004
-
03h26
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o diretor e um funcionário do laboratório Enila, fabricante do Celobar, por uma das mortes causadas no Estado pelo medicamento, usado para destacar órgãos do aparelho digestivo em radiografias.
É o segundo indiciamento. Em fevereiro, a polícia de Goiás concluiu o primeiro inquérito e indiciou o diretor e três funcionários do Enila.
No relatório do inquérito da polícia mineira, encaminhado à Justiça e ao Ministério Público, o diretor-presidente do Enila, Márcio D'Icarahy, e o químico responsável pelo laboratório, Antônio Carlos Fonseca, são indiciados com base nos artigos 273 (adulteração de substância medicinal), 258 (agravante de morte) e 70 (dois ou mais crimes em uma só ação) do Código Penal e no artigo 1º da Lei de Crimes Hediondos (envenenamento de substância medicinal). A pena pode chegar a 30 anos.
O delegado de Homicídios de Uberaba (MG), Heli Andrade, pediu também a prisão preventiva de D'Icarahy e Fonseca. O inquérito apurou a morte da aposentada Maria Rufino de Oliveira, 75, ocorrida em maio de 2003.
Em depoimento à polícia, a filha de Oliveira, Regina Kátia Oliveira de Castro, disse que a mãe foi internada no dia 17 de maio com estreitamento de estômago. Teria apresentado melhoras após ser medicada com soro fisiológico.
Segundo Castro, quatro dias depois da internação, após tomar o Celobar, a mãe apresentou "quadro clínico inverso, com vômitos constantes e diarréias freqüentes, culminando em óbito".
Sérgio Portocarreiro de Souza, farmacêutico-químico do Enila, declarou à polícia que D'Icarahy "mantinha absoluta ingerência sobre a produção, determinando experiências químicas que reduzissem seus custos".
O químico Antônio Carlos Fonseca afirmou ter feito experimentos para transformar o carbonato de bário (usado em raticidas) em sulfato de bário (princípio ativo do contraste).
Para o delegado, as prisões preventivas se justificam, pois D'Icarahy e Fonseca "sempre exerceram cargos de importância em empresas de grandes potenciais econômicos, dando-lhes condições financeiras de deixar o país".
De acordo com o delegado, o inquérito sobre a outra morte atribuída ao Celobar no Estado --do bombeiro-hidráulico José Ferreira Fernandes, 66, em Uberaba-- está sendo finalizado e deverá ter as mesmas conclusões.
Minas indicia 2 por mortes pelo Celobar
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o diretor e um funcionário do laboratório Enila, fabricante do Celobar, por uma das mortes causadas no Estado pelo medicamento, usado para destacar órgãos do aparelho digestivo em radiografias.
É o segundo indiciamento. Em fevereiro, a polícia de Goiás concluiu o primeiro inquérito e indiciou o diretor e três funcionários do Enila.
No relatório do inquérito da polícia mineira, encaminhado à Justiça e ao Ministério Público, o diretor-presidente do Enila, Márcio D'Icarahy, e o químico responsável pelo laboratório, Antônio Carlos Fonseca, são indiciados com base nos artigos 273 (adulteração de substância medicinal), 258 (agravante de morte) e 70 (dois ou mais crimes em uma só ação) do Código Penal e no artigo 1º da Lei de Crimes Hediondos (envenenamento de substância medicinal). A pena pode chegar a 30 anos.
O delegado de Homicídios de Uberaba (MG), Heli Andrade, pediu também a prisão preventiva de D'Icarahy e Fonseca. O inquérito apurou a morte da aposentada Maria Rufino de Oliveira, 75, ocorrida em maio de 2003.
Em depoimento à polícia, a filha de Oliveira, Regina Kátia Oliveira de Castro, disse que a mãe foi internada no dia 17 de maio com estreitamento de estômago. Teria apresentado melhoras após ser medicada com soro fisiológico.
Segundo Castro, quatro dias depois da internação, após tomar o Celobar, a mãe apresentou "quadro clínico inverso, com vômitos constantes e diarréias freqüentes, culminando em óbito".
Sérgio Portocarreiro de Souza, farmacêutico-químico do Enila, declarou à polícia que D'Icarahy "mantinha absoluta ingerência sobre a produção, determinando experiências químicas que reduzissem seus custos".
O químico Antônio Carlos Fonseca afirmou ter feito experimentos para transformar o carbonato de bário (usado em raticidas) em sulfato de bário (princípio ativo do contraste).
Para o delegado, as prisões preventivas se justificam, pois D'Icarahy e Fonseca "sempre exerceram cargos de importância em empresas de grandes potenciais econômicos, dando-lhes condições financeiras de deixar o país".
De acordo com o delegado, o inquérito sobre a outra morte atribuída ao Celobar no Estado --do bombeiro-hidráulico José Ferreira Fernandes, 66, em Uberaba-- está sendo finalizado e deverá ter as mesmas conclusões.
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