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28/03/2004 - 09h49

Passagem de ciclone deixa morto e desabrigados no Sul

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da Folha Online

A passagem de um ciclone raro pelo Sul do país, entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo, causou a morte de uma pessoa, deixou dezenas de desabrigados, destelhou casas e provocou fortes rajadas de vento e chuva.

Os locais mais atingidos foram os municípios ao sul de Santa Catarina e ao norte do Rio Grande do Sul.

Na BR-101, entre Criciúma e Sombrio (SC), a estrada foi interditada por causa de deslizamentos e queda de árvores. Uma árvore atingiu um veículo e causou a morte de um homem. Outras duas pessoas que estavam no carro ficaram feridas.

Diversas casas foram destelhadas em Maracajá, Balneário Rincão e Passo de Torres. Conforme a Defesa Civil Estadual, os ventos chegaram a 140 km/h. Os órgãos públicos realizam um levantamento dos estragos e do número de desabrigados, além de possíveis barcos atingidos pelo fenômeno. O mar ficou agitado, e as ondas chegaram a cinco metros de altura.

Na cidade de Torres (RS), cerca de 300 casas foram destelhadas e 80 famílias foram levadas para abrigos provisórios. Cinco pessoas ficaram levemente feridas.O fornecimento de energia foi interrompido em algumas regiões.

Em Arroio do Sal, outras três casas foram danificadas pelos ventos. A Defesa Civil Estadual ainda realiza um levantamento dos estragos.

O ciclone está se dissipando e seguindo sentido noroeste de Santa Catarina. No entanto, os moradores não devem entrar no mar.

Clique aqui para ver a animação que mostra o ciclone na costa brasileira.

Divulgação/Climatologia de São Leopoldo
Imagem de satélite mostra ciclone raro no Sul


"Olho"

O ciclone se formou a cerca de mil quilômetros da costa. Batizado de "Catarina" por meteorologistas de Santa Catarina, o "olho" do ciclone atingiu a costa do Estado por volta das 23h50 deste sábado, horário de Brasília.

Ele foi classificado pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA como "furacão categoria 1" (o mais fraco deles), na escala Safir Simpson (ventos entre 120 e 150 km/h).

Mas o Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), rejeita essa classificação e prefere tratar o fenômeno como um ciclone, o que provocaria ventos de 60 km/h a 70 km/h e chuva moderada.

Entre as características raras do ciclone, estaria a presença do chamado "olho", igual ao do furacão, além da movimentação atípica (do oceano para a costa).

De acordo com o Cptec, um furacão registra ventos que chegam a 200 km/h ou 300 km/h. No ciclone, essa velocidade fica em torno de 100 km/h. Outra diferença é a temperatura do oceano. Para a formação de furacões, a água precisa estar mais aquecida --algo em torno de 28 ºC. A chegada do outono desfavorece o fenômeno, pois a temperatura do oceano não passa de 24 ºC.

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