Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/04/2004 - 17h42

Tensão e aplausos marcam enterro de traficante no Rio

Publicidade

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
Enviado especial ao Rio

O corpo de Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, chefe do tráfico na favela da Rocinha (zona sul do Rio), foi enterrado sob aplausos, no final da tarde desta quinta-feira, no cemitério São João Batista. Cerca de 400 pessoas acompanharam a cerimônia, segundo avaliação da Polícia Militar.

Lulu e o comparsa Ronaldo Araújo Silva, 27, o Digão, foram mortos na quarta-feira, durante ação do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM) na Rocinha. Digão também foi enterrado no São João Batista.

Pessoas ligadas aos traficantes hostilizaram a imprensa e a polícia, que acompanhou o velório e o enterro à distância, em uma rua lateral. Segundo a corporação, cem homens foram deslocados para fazer a segurança do cemitério.

Após o enterro, parentes e amigos dos mortos fizeram gestos obscenos para a imprensa, ao deixarem o cemitério, e gritavam frases como "Dudu, pode esperar. Sua hora vai chegar", que pode ser interpretada como uma ameaça de vingança pela morte do traficante. Dudu é o apelido de Eduíno de Araújo, que, com outros criminosos, tentou invadir a Rocinha no dia 9 para retomar os pontos-de-venda de drogas.

A situação começou a ficar tensa por volta das 15h30, quando parentes e amigos dos mortos jogaram pedras na direção dos jornalistas. No ocasião, não havia policiais por perto. A Secretaria da Segurança e a Polícia Militar afirmaram que homens faziam a segurança do cemitério mesmo antes do tumulto.

Alerta

A polícia está em alerta por causa da morte do traficante. Existe a possibilidade de protesto de moradores da Rocinha. Também há o risco de tentativa de nova invasão na favela e ataque por parte de traficantes rivais.

Com a morte dos dois traficantes, subiu para 12 o número de vítimas dos confrontos --sete supostos criminosos, dois policiais e outras três pessoas.

A disputa por pontos-de-venda de drogas começou na última sexta-feira, quando traficantes do vizinho morro do Vidigal --entre Dudu (antigo chefe do tráfico na Rocinha)-- tentaram invadir a Rocinha. A polícia tenta capturar Dudu.

Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde o início da semana.

Leia mais
  • 22% da população da Rocinha é considerada miserável, mostra estudo
  • Secretaria analisa denúncias sobre agressão de PMs na Rocinha
  • Ministro reitera posição e descarta envio imediato de tropas ao Rio
  • PM confirma morte do chefe do tráfico na favela da Rocinha
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página