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16/04/2004
-
02h56
SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio
Embora 1.237 policiais militares estejam percorrendo diariamente a favela da Rocinha desde a segunda-feira passada, o tráfico de drogas continua a agir, embora de maneira mais discreta.
O comandante da ação policial na favela, tenente-coronel Jorge Braga, da Polícia Militar, enumerou ontem três modalidades de tráfico que persistem: o realizado dentro de imóveis na Rocinha, o itinerante (o traficante circula pela favela com pequenas quantidades de maconha e cocaína) e o chamado "delivery" (os clientes recebem a droga em casa).
De acordo com Braga, que comanda o 23º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no Leblon (zona sul), os policiais militares ainda não conseguiram acabar com a ação dos traficantes, mesmo estando o morro ocupado.
"Não posso dizer que a venda tenha parado. Eles continuavam andando com armas [referência à morte de Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, e de outros traficantes nos últimos dias], mesmo com o morro cheio de policiais. Isso também vale para o tráfico."
Na tentativa de reprimir o tráfico, a PM ocupou os pontos onde funcionavam as cinco "bocas" (pontos-de-venda) fixas da Rocinha, que ficavam na rua 1 e nos locais conhecidos como Via Ápia, Valão, Cachopa e Vila Verde.
"Bocas" fechadas
A Folha percorreu ontem os lugares onde os traficantes comandados por Lulu montaram as "bocas". Em todas elas havia por perto policiais armados com fuzis, pistolas e granadas e vestidos com coletes à prova de balas. Não havia venda de drogas nos locais.
A "boca" de onde Lulu comandava o tráfico, na rua 1 (parte alta da favela), estava ocupada por policiais militares. Ali funcionava a céu aberto o principal ponto-de-venda de drogas da Rocinha.
Antes da ocupação da polícia e da morte de Lulu, a comunidade chamava o trecho da rua 1 em que funcionava a "boca" --perto da estrada da Gávea, que atravessa a favela, ligando os bairros de São Conrado e da Gávea-- de "quartel-general" do tráfico.
Para o tenente-coronel Braga, os pontos-de-venda poderão ser retomados pelo tráfico caso a polícia deixe a favela. Por enquanto, os traficantes estão recorrendo a alternativas menos arriscadas.
"Existe a entrega domiciliar, o tráfico feito por pessoas isoladamente, que é o varejo, e o tráfico domiciliar", disse.
Segundo o tenente-coronel Braga, a ação policial é prejudicada pelas características da Rocinha.
"Os prédios têm quatro, cinco andares, forro falso, subsolo. Parece fácil [combater o tráfico], mas não é. É preciso ter cuidado ao invadir um prédio, porque pode haver uma emboscada."
Ele afirma que a morte de dois policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), na última sexta, foi um exemplo de que os traficantes conseguem surpreender os policiais mesmo com todo o aparato montado na favela.
Especial
Veja mais sobre o tráfico no Rio
Apesar da ocupação, venda de drogas continua
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Embora 1.237 policiais militares estejam percorrendo diariamente a favela da Rocinha desde a segunda-feira passada, o tráfico de drogas continua a agir, embora de maneira mais discreta.
O comandante da ação policial na favela, tenente-coronel Jorge Braga, da Polícia Militar, enumerou ontem três modalidades de tráfico que persistem: o realizado dentro de imóveis na Rocinha, o itinerante (o traficante circula pela favela com pequenas quantidades de maconha e cocaína) e o chamado "delivery" (os clientes recebem a droga em casa).
De acordo com Braga, que comanda o 23º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no Leblon (zona sul), os policiais militares ainda não conseguiram acabar com a ação dos traficantes, mesmo estando o morro ocupado.
"Não posso dizer que a venda tenha parado. Eles continuavam andando com armas [referência à morte de Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, e de outros traficantes nos últimos dias], mesmo com o morro cheio de policiais. Isso também vale para o tráfico."
Na tentativa de reprimir o tráfico, a PM ocupou os pontos onde funcionavam as cinco "bocas" (pontos-de-venda) fixas da Rocinha, que ficavam na rua 1 e nos locais conhecidos como Via Ápia, Valão, Cachopa e Vila Verde.
"Bocas" fechadas
A Folha percorreu ontem os lugares onde os traficantes comandados por Lulu montaram as "bocas". Em todas elas havia por perto policiais armados com fuzis, pistolas e granadas e vestidos com coletes à prova de balas. Não havia venda de drogas nos locais.
A "boca" de onde Lulu comandava o tráfico, na rua 1 (parte alta da favela), estava ocupada por policiais militares. Ali funcionava a céu aberto o principal ponto-de-venda de drogas da Rocinha.
Antes da ocupação da polícia e da morte de Lulu, a comunidade chamava o trecho da rua 1 em que funcionava a "boca" --perto da estrada da Gávea, que atravessa a favela, ligando os bairros de São Conrado e da Gávea-- de "quartel-general" do tráfico.
Para o tenente-coronel Braga, os pontos-de-venda poderão ser retomados pelo tráfico caso a polícia deixe a favela. Por enquanto, os traficantes estão recorrendo a alternativas menos arriscadas.
"Existe a entrega domiciliar, o tráfico feito por pessoas isoladamente, que é o varejo, e o tráfico domiciliar", disse.
Segundo o tenente-coronel Braga, a ação policial é prejudicada pelas características da Rocinha.
"Os prédios têm quatro, cinco andares, forro falso, subsolo. Parece fácil [combater o tráfico], mas não é. É preciso ter cuidado ao invadir um prédio, porque pode haver uma emboscada."
Ele afirma que a morte de dois policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), na última sexta, foi um exemplo de que os traficantes conseguem surpreender os policiais mesmo com todo o aparato montado na favela.
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