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02/05/2004 - 18h47

Atores de "Cidade de Deus" registram queixa por racismo e querem indenização

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da Folha Online

Três atores do filme "Cidade de Deus" registraram hoje, em São Paulo, uma queixa contra um policial militar e o Carrefour por constrangimento ilegal, denunciação caluniosa e injúria racial. Eles querem receber uma indenização para montar uma ONG na capital paulista.

Leandro Firmino, 25, --que interpretou Zé Pequeno--, Emerson Gomes, 13, --que fez o Barbantinho-- e Luís Carlos Lomenha, 27, --que atuou como figurante--, argumentaram que foram abordados, de forma discriminatória, por um policial e seguranças no final da manhã deste domingo no supermercado Carrefour da marginal Pinheiros.

A.C.Fernandes/FI
Leandro Firmino, que interpretou Zé Pequeno
O caso ocorreu quando os três deixavam um caixa eletrônico do Banco do Brasil, na área externa do supermercado. Os atores estavam hospedados no hotel Meliá e precisavam retirar dinheiro para pagar um almoço, já que eles haviam perdido o horário do café da manhã.

O PM e os seguranças teriam abordado os atores, sob a justificativa de que os três teriam sido flagrados pelo circuito interno de TV do estabelecimento dando murros no caixa eletrônico.

Segundo Lomenha, a abordagem do policial e do segurança foi "preconceituosa", pelo fato de os atores serem negros. Eles negaram ter dado murros no caixa --o fato teria ocorrido em um caixa do Banespa, e não do Banco do Brasil onde eles estavam.

"O policial disse que ele, como branco, sentia orgulho de ser abordado pela PM quando estava sem farda. Disse também que a polícia de São Paulo era diferente da polícia do Rio, que o correto era jogar as pessoas no chão para fazer uma revista", afirmou Lomenha.

O caso foi registrado no 11º DP (Santo Amaro). O advogado Hédio Silva Jr. representa os três atores, que estão em São Paulo para divulgar a ONG Nós do Cinema, dirigida por Lomenha. O objetivo da ONG é ensinar crianças e jovens carentes a atuar em filmes. Segundo Firmino, o dinheiro da indenização seria usado para montar uma filial da ONG em São Paulo.

Outro lado

O Carrefour informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que sua segurança externa é terceirizada, que nenhum funcionário participou do incidente, e que a PM foi responsável pela abordagem.

Um segurança que vigiava o estacionamento teria sido avisado por clientes de que três homens estavam dentro de um caixa eletrônico, esmurrando a máquina. Em seguida, uma viatura da PM foi acionada.

Já a Secretaria de Segurança de São Paulo informou que a polícia não discrimina as pessoas por idade, raça ou condição social e que os três atores não chegaram a ser presos, pois ficou comprovado que o caixa eletrônico não havia sido depredado.

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