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05/07/2004
-
20h36
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
Traficantes do morro do Adeus expulsaram os moradores e saquearam um prédio de três andares localizado no pé da favela, no bairro de Ramos (zona norte do Rio).
O morro vive clima tenso desde sexta-feira, quando o chefe do tráfico no local, Leandro Jesus de Aparecida Sabino, o DJ, ligado à facção ADA (Amigo dos Amigos), foi morto em um tiroteio com a polícia. Desde então, pelo menos mais cinco pessoas foram assassinadas em tiroteios entre traficantes rivais e com a polícia. Pelo menos 70 famílias foram expulsas de suas casas por traficantes.
O prédio de três andares estava com as paredes furadas a bala. Dentro dele, vários cômodos estavam revirados, quebrados e com muitas roupas e objetos espalhados pelo chão.
De acordo com o comandante do 22º Batalhão (complexo da Maré), tenente-coronel Álvaro Garcia, o local foi invadido por remanescentes do bando de DJ que suspeitavam que os moradores tivessem dado informações sobre ele para a PM. Após expulsarem as famílias, os traficantes reviraram todo o imóvel e fugiram.
Nesta segunda-feira, moradores continuaram a deixar o morro. A Folha viu pelo menos duas Kombis carregando mudanças. Uma mulher que estava saindo da favela com o marido e o filho desabafou: "Pelo menos saio daqui com vida".
Nova guerra
Traficantes das comunidades Vila do João e Vila do Pinheiro, no complexo da Maré (zona norte do Rio), ligados à facção criminosa ADA, estariam planejando invadir o Adeus para recuperar o controle do tráfico na favela que, segundo a polícia, foi tomado no último final de semana para a quadrilha do vizinho complexo do Alemão, ligada ao CV (Comando Vermelho).
Na noite de domingo, um novo tiroteio nas proximidades do Adeus assustou os moradores. O confronto ocorreu entre a polícia e traficantes do Alemão que estariam escondidos em uma fábrica desativada de lingerie. Dois carros da polícia foram alvejados a tiros, mas não houve feridos.
Os policiais acharam evidências de que o CV estaria no Adeus. No alto do morro, foram encontradas pichações "CV, É nós".
De acordo com os policiais, os traficantes do Alemão contaram com a ajuda de parentes de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, antigo chefe do tráfico no Adeus, para invadir o morro. No ano passado, familiares de Uê foram expulsos da favela pelo bando de DJ e pretendiam retornar.
Testemunha
O depoimento de um taxista que disse ter sido obrigado por traficantes do CV a levá-los até o morro reforça a suspeita de que a facção estaria no Adeus.
O motorista, que pediu para não ser identificado, afirmou que, na noite de sábado, os traficantes do complexo do Alemão estavam roubando carros na rua Uranos, próximo à favela.
Segundo o taxista, dois homens armados com fuzis o abordaram e mandaram que ele seguisse para o morro do Adeus. De acordo com ele, durante todo o trajeto, os criminosos encostaram uma arma na sua cabeça e disseram que pertenciam ao CV.
O taxista afirmou que, quando chegou no morro, a dupla desceu e se encontrou com um grupo de aproximadamente 60 traficantes, todos armados. Ele disse que, na mesma hora, viu um outro grupo descendo o morro e que, naquele momento, se iniciou um tiroteio.
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Traficantes do morro do Adeus expulsam moradores de prédio no Rio
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Traficantes do morro do Adeus expulsaram os moradores e saquearam um prédio de três andares localizado no pé da favela, no bairro de Ramos (zona norte do Rio).
O morro vive clima tenso desde sexta-feira, quando o chefe do tráfico no local, Leandro Jesus de Aparecida Sabino, o DJ, ligado à facção ADA (Amigo dos Amigos), foi morto em um tiroteio com a polícia. Desde então, pelo menos mais cinco pessoas foram assassinadas em tiroteios entre traficantes rivais e com a polícia. Pelo menos 70 famílias foram expulsas de suas casas por traficantes.
O prédio de três andares estava com as paredes furadas a bala. Dentro dele, vários cômodos estavam revirados, quebrados e com muitas roupas e objetos espalhados pelo chão.
De acordo com o comandante do 22º Batalhão (complexo da Maré), tenente-coronel Álvaro Garcia, o local foi invadido por remanescentes do bando de DJ que suspeitavam que os moradores tivessem dado informações sobre ele para a PM. Após expulsarem as famílias, os traficantes reviraram todo o imóvel e fugiram.
Nesta segunda-feira, moradores continuaram a deixar o morro. A Folha viu pelo menos duas Kombis carregando mudanças. Uma mulher que estava saindo da favela com o marido e o filho desabafou: "Pelo menos saio daqui com vida".
Nova guerra
Traficantes das comunidades Vila do João e Vila do Pinheiro, no complexo da Maré (zona norte do Rio), ligados à facção criminosa ADA, estariam planejando invadir o Adeus para recuperar o controle do tráfico na favela que, segundo a polícia, foi tomado no último final de semana para a quadrilha do vizinho complexo do Alemão, ligada ao CV (Comando Vermelho).
Na noite de domingo, um novo tiroteio nas proximidades do Adeus assustou os moradores. O confronto ocorreu entre a polícia e traficantes do Alemão que estariam escondidos em uma fábrica desativada de lingerie. Dois carros da polícia foram alvejados a tiros, mas não houve feridos.
Os policiais acharam evidências de que o CV estaria no Adeus. No alto do morro, foram encontradas pichações "CV, É nós".
De acordo com os policiais, os traficantes do Alemão contaram com a ajuda de parentes de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, antigo chefe do tráfico no Adeus, para invadir o morro. No ano passado, familiares de Uê foram expulsos da favela pelo bando de DJ e pretendiam retornar.
Testemunha
O depoimento de um taxista que disse ter sido obrigado por traficantes do CV a levá-los até o morro reforça a suspeita de que a facção estaria no Adeus.
O motorista, que pediu para não ser identificado, afirmou que, na noite de sábado, os traficantes do complexo do Alemão estavam roubando carros na rua Uranos, próximo à favela.
Segundo o taxista, dois homens armados com fuzis o abordaram e mandaram que ele seguisse para o morro do Adeus. De acordo com ele, durante todo o trajeto, os criminosos encostaram uma arma na sua cabeça e disseram que pertenciam ao CV.
O taxista afirmou que, quando chegou no morro, a dupla desceu e se encontrou com um grupo de aproximadamente 60 traficantes, todos armados. Ele disse que, na mesma hora, viu um outro grupo descendo o morro e que, naquele momento, se iniciou um tiroteio.
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