12/09/2000 - 20h24

Novos advogados de Pimenta não querem mais recursos contra prisão

FABIANE LEITE
da Folha Online

Os novos advogados do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves não querem apresentar, por enquanto, mais recursos contra a prisão preventiva do cliente, decretada no dia 28 de agosto pela Justiça de Ibiúna, cidade a 70 km de São Paulo.

Pimenta Neves assassinou a ex-namorada Sandra Gomide no dia 20 em Ibiúna.

Segundo Arnaldo Malheiros Filho, que assumiu a defesa do jornalista junto com José Carlos Dias ontem, será aguardado o julgamento do mérito do habeas corpus contra a prisão preventiva apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

Para Malheiros Filho, neste momento, novos recursos atrapalhariam. Ele não quis falar sobre a estratégia da defesa. Amanhã, Pimenta Neves será interrogado às 9h30 pela juíza da 1ª Vara Criminal de Ibiúna, Eduarda Maria Romeiro Corrêa.

O habeas corpus ainda não foi distribuído para relatório a nenhum dos desembargadores das Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça.

O advogado esteve reunido com o colega Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que o antecedeu, para trocar informações.

"Esta sucessão é nos termos mais elevados, compatíveis com a grande figura que é o Mariz, com a maior elegância", disse Malheiros Filho. Mariz de Oliveira alegou que a família e amigos do jornalista interferiram muito em seu trabalho.

Uma das filhas de Pimenta Neves, Andrea, é que vem mantendo maior contato com os novos advogados.

Malheiros Filho esteve com o jornalista hoje no 77º Distrito Policial, no centro de São Paulo, onde Pimenta Neves está preso.

"Não há dúvida que situação é preocupante. A depressão obriga os médicos a entrar com medicação. Melhora uma coisa, prejudica outra. Ele fica meio dopado, o que evidentemente preocupa a família" afirma.

Segundo o advogado, quem administra os medicamentos de Pimenta Neves é o colega de cela Fernando Capitão, acusado de corrupção na Administração Regional da Penha. "Tudo bem que é um ato de solidariedade, mas Pimenta teria de estar numa clínica", disse o advogado.

Capitão tem uma tabela dos horários dos remédios do jornalista e de outro colega de cela, o estudante Mateus da Costa Meira, que matou três pessoas em um shopping no ano passado.

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