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02/09/2004
-
05h26
MARIO CESAR CARVALHO
da Folha de S.Paulo
Um dos símbolos da verticalização de São Paulo nos anos 30, o prédio do antigo Mappin na praça Ramos (região central) será ocupado novamente: as Casas Bahia alugaram o ponto por dez anos.
O edifício estava vazio desde 30 de setembro do ano passado, quando o Extra desistiu do ponto por julgar alto demais o aluguel de R$ 600 mil.
Esse preço incluía dois outros edifícios ao lado, que não interessaram às Casas Bahia, segundo o advogado Kalil Rocha Abdalla, 62, procurador jurídico da Santa Casa, a dona do prédio.
O Mappin mesmo havia fechado as portas em setembro de 1999, quando o empresário Ricardo Mansur levou a rede à falência.
"Vai ser a superloja da empresa", anuncia Michel Klein, diretor das Casas Bahia. O prédio, com nove andares, tem 15 mil m2. A previsão de Klein é que a loja seja aberta em novembro, quando a empresa comemora 52 anos --por acaso, a mesma idade do executivo.
Klein diz acreditar que o centro paulistano será revitalizado, mas chama de "coisa de sonhador" o rumor que circulou na semana passada, dando conta de que sua família abriria uma espécie de Macy's em frente ao Teatro Municipal --a loja de departamentos nova-iorquina é usada aí como símbolo de sofisticação.
"As Casas Bahia têm um foco no consumidor de crediário e não vamos mudar", avisa.
O prédio da praça Ramos virou sinônimo de megaloja numa época em que não existiam shoppings em São Paulo. O Mappin foi inaugurado em 1913 na rua 15 de Novembro para atender a elite cafeeira de São Paulo. Seis anos depois mudou-se para a praça do Patriarca e em 1939 foi para o prédio que se tornaria emblema de lojas de departamentos na cidade. Até a abertura dos shoppings, entre o final dos anos 60 e início dos 70, o comércio mais glamouroso passava pelo Mappin.
O prédio da praça Ramos não foi construído para abrigar lojas --o projeto do arquiteto Elisário Bahiana (1891-1980), o mesmo que fez o viaduto do Chá e o Jockey Club, era para a sede de um banco, o Banespa.
O problema é que a direção do Banespa achava que o prédio ficara longe demais da centro financeiro, que na época baseava-se nas rua Direita e 15 de Novembro, a pouco mais de 1 km da praça Ramos. A Santa Casa de Misericórdia tinha um edifício nessa área, na rua João Brícola, e trocou-o com o Banespa --ela é até hoje a dona do edifício.
Abre e fecha
As Casas Bahia são a maior rede varejista do país --tem 377 lojas, duas das quais na região central de São Paulo, ambas a menos de 1 km do prédio recém-alugado.
A pergunta óbvia é: será que há mercado para três lojas na região central? Klein reconhece que não. Duas lojas na mesma praça as Casas Bahia já têm. Ficam em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, na praça Floriano Peixoto. "Mas atendem públicos diferentes", afirma Klein. Uma, junto a um calçadão, é voltada para os que andam de ônibus; a outra, para quem têm carro.
A conclusão é que as Casas Bahia devem fechar uma das três lojas do centro. Será, provavelmente, a que funciona em prédio alugado na Conselheiro Crispiniano.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o antigo Mappin
Leia o que já foi publicado sobre as Casas Bahia
Prédio do antigo Mappin será reaberto em SP
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da Folha de S.Paulo
Um dos símbolos da verticalização de São Paulo nos anos 30, o prédio do antigo Mappin na praça Ramos (região central) será ocupado novamente: as Casas Bahia alugaram o ponto por dez anos.
O edifício estava vazio desde 30 de setembro do ano passado, quando o Extra desistiu do ponto por julgar alto demais o aluguel de R$ 600 mil.
Esse preço incluía dois outros edifícios ao lado, que não interessaram às Casas Bahia, segundo o advogado Kalil Rocha Abdalla, 62, procurador jurídico da Santa Casa, a dona do prédio.
O Mappin mesmo havia fechado as portas em setembro de 1999, quando o empresário Ricardo Mansur levou a rede à falência.
"Vai ser a superloja da empresa", anuncia Michel Klein, diretor das Casas Bahia. O prédio, com nove andares, tem 15 mil m2. A previsão de Klein é que a loja seja aberta em novembro, quando a empresa comemora 52 anos --por acaso, a mesma idade do executivo.
Klein diz acreditar que o centro paulistano será revitalizado, mas chama de "coisa de sonhador" o rumor que circulou na semana passada, dando conta de que sua família abriria uma espécie de Macy's em frente ao Teatro Municipal --a loja de departamentos nova-iorquina é usada aí como símbolo de sofisticação.
"As Casas Bahia têm um foco no consumidor de crediário e não vamos mudar", avisa.
O prédio da praça Ramos virou sinônimo de megaloja numa época em que não existiam shoppings em São Paulo. O Mappin foi inaugurado em 1913 na rua 15 de Novembro para atender a elite cafeeira de São Paulo. Seis anos depois mudou-se para a praça do Patriarca e em 1939 foi para o prédio que se tornaria emblema de lojas de departamentos na cidade. Até a abertura dos shoppings, entre o final dos anos 60 e início dos 70, o comércio mais glamouroso passava pelo Mappin.
O prédio da praça Ramos não foi construído para abrigar lojas --o projeto do arquiteto Elisário Bahiana (1891-1980), o mesmo que fez o viaduto do Chá e o Jockey Club, era para a sede de um banco, o Banespa.
O problema é que a direção do Banespa achava que o prédio ficara longe demais da centro financeiro, que na época baseava-se nas rua Direita e 15 de Novembro, a pouco mais de 1 km da praça Ramos. A Santa Casa de Misericórdia tinha um edifício nessa área, na rua João Brícola, e trocou-o com o Banespa --ela é até hoje a dona do edifício.
Abre e fecha
As Casas Bahia são a maior rede varejista do país --tem 377 lojas, duas das quais na região central de São Paulo, ambas a menos de 1 km do prédio recém-alugado.
A pergunta óbvia é: será que há mercado para três lojas na região central? Klein reconhece que não. Duas lojas na mesma praça as Casas Bahia já têm. Ficam em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, na praça Floriano Peixoto. "Mas atendem públicos diferentes", afirma Klein. Uma, junto a um calçadão, é voltada para os que andam de ônibus; a outra, para quem têm carro.
A conclusão é que as Casas Bahia devem fechar uma das três lojas do centro. Será, provavelmente, a que funciona em prédio alugado na Conselheiro Crispiniano.
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