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Internet ajuda a estudar, mas cuidado para não cair em armadilhas

THAÍS YURI
da Folha Online

Deve ser difícil para você imaginar como seria um mundo sem computadores e, principalmente, sem internet. Site, e-mail e chat são palavras que fazem parte do seu dia-a-dia, que já nasceu conectado.

Arte Folha Online


Mas nem sempre tudo foi assim, fácil, na ponta do mouse. Até pouco tempo atrás, para fazer pesquisas escolares, as crianças contavam quase que somente com enciclopédias, com livros pesados, que ocupavam prateleiras e mais prateleiras na estante. Hoje em dia, elas estão virando objetos de museu, pois toda a informação que elas continham agora pode ser encontrada na internet. Para Luciane Suzana Loscher, professora de 3ª série, um dos pontos positivos da rede é justamente esse: a grande quantidade de dados e livros a que dificilmente teríamos acesso se não fosse pela internet.

E parece que as crianças perceberam o recado. De acordo com dados divulgados pelo Ibope eRatings, que é um instituto de pesquisa especializado em internet, em abril de 2001, 4,76% dos internautas do Brasil tinham de 2 a 11 anos. Agora em 2002, esse pessoal já soma 6,56%.

Internet também pode atrapalhar
As lições de casa e os trabalhos escolares agora contam com a ajudinha da internet. Há sites sobre os mais variados temas, além dos que pesquisam páginas na rede, como Google e Cadê?.

Mas é preciso ter cuidado para não cair em armadilhas. Nem sempre dá para confiar em tudo o que está na rede. Criar sites é muito fácil, e cada pessoa pode escrever o que bem entender na sua página, inclusive informações falsas ou incorretas. Por isso, é preciso ter atenção para que a internet seja a sua aliada na hora da lição de casa, e não sua inimiga. Aí vão algumas dicas para usar apenas o que a internet tem de bom:

  • Não acredite em tudo o que você lê. Procure checar as informações, ver se elas aparecem em mais algum site ou livro;


  • Faça pesquisas em sites que sejam sérios e que se preocupem com a qualidade das informações;


  • Não copie os textos. Se você simplesmente copiar as frases, não vai aprender e de nada servirá fazer a lição ou o trabalho. Procure entender o que está lendo e, depois, escrever as informações com as suas próprias palavras.


  • Diferentes opiniões sobre o uso da rede
    Muitos alunos utilizam mais a internet do que qualquer outra fonte de pesquisa, como os livros, por exemplo. Mas nem todos os professores têm a mesma opinião sobre o assunto.

    Pollyanna Lodovico Gonçalves, que dá aulas para a 1ª série, não é contra o uso da rede mundial de computadores para auxiliar nos trabalhos escolares, mas acha que, "no geral, a internet mais atrapalha do que ajuda, pois se torna algo cômodo, e o aluno acaba não pesquisando do modo como o professor propõe".

    Essa facilidade também é apontada como um ponto negativo por Ieda Dantas Magno, professora de 2ª série: "A criança acaba não se esforçando".

    E o que fazer para evitar que a pesquisa seja apenas "mecânica"? Ieda responde: "Falo para que cada aluno trabalhe o que achou na internet". Afinal de contas, é por isso que trabalho escolar possui esse nome.

    Alguns professores desenvolvem táticas para evitar o problema. Luciane Loscher diz que, no início, ficou assustada com os trabalhos feitos pelos alunos, que simplesmente imprimiam a página encontrada na internet. Agora, ela até incentiva a pesquisa na rede, mas pede que os trabalhos sejam escritos à mão, o que garantiria que, ao menos, os estudantes leram as informações. Além disso, ela também discute em sala de aula o assunto pesquisado, reforçando o aprendizado.

    Pelo bem ou pelo mal, a internet é uma realidade que veio para ficar, e precisamos aprender a lidar com ela. Lucrécia Nunes Soares, professora de 4ª série, é quem conclui: "Tudo depende de como o professor instrui e de como os pais auxiliam em casa".

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