Políticos
e polícia não dão exemplos de conduta
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
O Brasil
está frito se depender de vontade política ou
da polícia para lutar contra o aumento da violência
nas grandes cidades. A convenção nacional do
PMDB e uma suposta ação da Polícia Militar
de São Paulo em um caso de repressão a "flanelinhas"
são exemplos claros de incapacidade moral desses segmentos
em dar o primeiro passo.
Não
há como entender, como um partido que possui representantes
no Brasil inteiro e desfralda bandeiras contra a criminalidade
se dê ao luxo de aceitar socos e pontapés em
seus momentos mais democráticos. Pois, foi o que aconteceu
durante convenção nacional do PMDB, realizada
no último sábado. No local, um grupo de 200
representantes do partido invadiram a convenção,
promovendo um festival de pancadaria e causando prejuízos
de R$ 50 mil.
Aliás,
uma convenção marcada também por acusações
que envergonhariam Dr. Ulysses Guimarães. O senador
Roberto Requião (PMDB-PR) acusou ontem o presidente
do Tribunal Superior Eleitoral, Nelson Jobim, de ter sido
''parcial'' ao derrubar a liminar que impedia a realização
da convenção nacional do PMDB. Requião
cobrou do TSE explicações sobre a agilidade
do presidente ao atender de pronto, em plena madrugada, a
ala governista do partido, que apóia o candidato do
PSDB à presidência José Serra.
Outro fato bastante embaraçoso, para dizer o mínimo,
foi o que aconteceu na noite de ontem ao lado da Igreja São
Domingos, em Perdizes, durante a missa realizada em nome do
jornalista Tim Lopes. Um guardador de carros, Washington Ignácio
Pedro, de 18 anos, foi encontrado jogado no chão, por
pessoas que deixavam a igreja. Ele tinha marcas vermelhas
pelo corpo, a boca e os olhos inchados e tremia.
Segundo
estudantes da Pontifícia Universidade Católica
(PUC), faculdade vizinha à igreja, dois carros do 23º.
Batalhão da PM abordaram Washington com violência.
"Eles o encostaram na parede com chutes e socos. Depois,
colocaram ele no carro. Esses policiais estão sempre
aqui.", disse uma estudante.
Dá
para entender como alusão a esses fatos, o que disse
certa vez o ex-chefe de Polícia Civil do Rio deputado
Hélio Luz, referindo-se ao consumidor como motor do
tráfico: "Não adianta Ipanema fazer passeata
de dia e cheirar de noite.". Também não
adianta políticos de digladiarem e, mais tarde, passarem
uma visão impoluta na TV. Tal como a polícia
não conseguirá qualquer credibilidade junto
à população com esse tipo de atitude.
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