França está prestes a virar um país xenofóbico

Cristina Veiga
Equipe GD

Sabe o que é um campo de trânsito? Corre o risco de saber logo, logo. Basta os franceses escolherem para presidente o ultra-direitista Jean-Marie Le Pen. Uma de suas bandeiras é justamente a criação de campos de trânsito. Traduzindo: locais onde os estrangeiros sem emprego e sem documentos aguardariam o momento de serem enviados de volta para seus países. Que tal?

Mas, olha. Le Pen dá uma garantia: os campos de trânsito serão "mais ou menos confortáveis". O candidato presidencial de extrema direita ainda quer instituir o princípio da "preferência nacional". Sabe o que isso significa? Que os franceses terão prioridade de emprego. Mais que isso. Le Pen quer suspender e, de preferência inverter, os fluxos migratóros. Isso permitiria a expulsão dos trabalhadores imigrantes e dos clandestinos para seus países de origem.

Essa maluquice ultra-direitista tem nome: chama-se xenofobia. O Aurélio, o dicionário, traduz a palavra da seguinte forma: "aversão a pessoas e coisas estrangeiras". Para embalar o pacote xenofóbico "lepeniano", o candidato da extrema direita ainda quer tirar a França da União Európeia e voltar a usar a antiga moeda fancesa. As propostas de Le Pen são tão estapafúrdias que os próprios franceses, que se omitiram no primeiro turno das eleições, estão agora pelas ruas para protestar contra o candidato.

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Le Pen defende envio de imigrantes a campos de deportação

O candidato da extrema-direita à presidência da França, Jean-Marie Le Pen, reacendeu seu discurso xenófobo defendendo a criação de campos temporários de deportação para abrigar imigrantes ilegais. Em entrevista dada na noite de quinta-feira à rede de TV francesa LCI, Le Pen disse que os imigrantes seriam colocados em "campos relativamente confortáveis" até que fossem expulsos do país.

"O que realmente me preocupa é que estamos progressivamente submersos em meio a imensas massas do terceiro mundo e essa imigração maciça está criando sérios problemas à sociedade", afirmou.

Le Pen disse ainda que a taxa de desemprego na França, atualmente na casa dos 9%, prova que não oportunidades de trabalho suficientes para justificar a imigração ao país.

" Não temos empregos suficientes nem mesmo para nossos cidadãos. A constituição nunca disse que estrangeiros deveriam ter os mesmos direitors que os franceses. Estrangeiros que não se dão bem aqui têm o direito de sair", disse o candidato.

(GloboNews - 26/04/02)

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