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capital humano
17/11/2005
Pesquisa mostra origens do mito da preguiça baiana

 

De acordo com antropóloga Elisete Zanlorenzi, a idéia de que o povo baiano é culturalmente preguiçoso é falsa. Em sua tese de doutorado, O Mito da Preguiça Baiana, apresentada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da USP, a pesquisadora desvendou as origens deste mito.

Partindo de levantamentos realizados nas empresas de Salvador, Elisete demonstra que o baiano trabalha tanto quanto os outros brasileiros. Em uma das empresas pesquisadas durante o mês de fevereiro (Carnaval), houve mais faltas abonadas na filial em São Paulo (0,61%) do que na sede em Salvador (0,27%).

Segundo a pesquisadora, a caracterização do baiano como preguiçoso começa com as grandes migrações de nordestinos, genericamente chamados de "baianos", para o sul do País. Os recém chegados, ainda sem emprego, alojavam-se em cortiços ou favelas. "Estas condições contribuíram para que o termo baiano fosse associado a outros como sujo, desorganizado, não produtivo e, finalmente, preguiçoso", explica Elisete.

Um outro aspecto interessante que contribuiu com a associação da Bahia à preguiça está ligado ao discurso de baianos famosos como Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Gal Costa, e Maria Bethânia. "Eles chegavam no eixo Rio-São Paulo afirmando serem preguiçosos. Era como dizer: eu não sou daqui", analisa a pesquisadora.


Em sua tese, Elisete menciona outros quatro motivos para a formação do mito da preguiça baiana: a industrialização tardia de Salvador, a indústria do turismo, que mostra somente o aspecto divertido da festa, o discurso da imprensa, que transmite apenas o lado trágico das migrações, e a indústria da seca, que forjou uma imagem do nordeste ligada à incapacidade profissional para justificar a necessidade de investimentos na região.

As informações são da USP

   

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